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Fatah x Hamas

18 de junho de 2007

Governo de transição composto por Mahmud Abbas na Palestina foi declarado ilegal pelo Hamas, mas recebeu o apoio da UE e dos EUA. Na opinião de Rainer Sollich, comunidade internacional está diante de um grande desafio.

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Todos apóiam Mahmud Abbas: os EUA, as Nações Unidas e a União Européia − e também Israel deposita grande esperança no presidente palestino, depois da vitória militar do Hamas na Faixa de Gaza.

Rainer Sollich
Rainer SollichFoto: DW

Abbas merece apoio na atual situação. A orgia de violência dos combatentes do Hamas na Faixa de Gaza não pode ser desculpada como protesto legítimo contra desvantagem ou contra corrupção – ela foi um golpe de Estado contra as instituições políticas. O Hamas aprofundou ainda mais a divisão da nação palestina. E tornou a população da Faixa de Gaza refém de uma política que poderia levar a área a um isolamento e uma pobreza cada vez mais desesperadores.

Em vista disso, é promissor que a comunidade internacional não queira abandonar os palestinos por completo. O fim do embargo decidido há um ano e meio por ocasião da vitória do Hamas é possível ao menos para a Cisjordânia. Um claro reforço a Abbas e seu curso moderado em relação a Israel. E também um claro sinal de confiança para o novo gabinete de transição sem representantes do Hamas, chefiado pelo ex-ministro das Finanças Salam Fayad.

O chefe de governo de Israel, Ehud Olmert, já disse poder imaginar um acerto de paz "sem o Hamas". Esta posição é recebida com simpatia nos Estados Unidos e na Europa. Mas é preciso cuidado: o Hamas é e continuará sendo um importante fator de poder e goza de popularidade não só na Faixa de Gaza.

Não se pode esquecer que os islâmicos ganharam as últimas eleições com absoluta maioria de votos e por isso exigem com razão a participação no poder.

Com isso, a comunidade internacional está diante de um difícil desafio: ela não pode aceitar jamais o terror e a meta de destruir Israel propagada pelo Hamas.

Mas, na luta interna pelo poder, a comunidade internacional não pode ficar apenas de um lado. Além do fortalecimento de Abbas, seria preciso tentar o contato com forças moderadas do Hamas. E, se fosse o caso, fomentá-las.

Nada se opõe a que a Cisjordânia controlada por Abbas seja tratada como o melhor modelo para um futuro Estado palestino e receba o apoio correspondente. Mas é preciso evitar que a Faixa de Gaza sucumba por completo numa catástrofe humanitária população seja responsabilizadas pela política equivocada do Hamas. Isto só levaria a mais radicalização e violência. (rw)

Rainer Sollich é o chefe da redação árabe da DW-RADIO.