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Opinião: Mais segurança, mas sem paranoia

Volker Wagener
18 de novembro de 2015

O terrorismo não se espalha apenas com Kalashnikovs e bombas. Ele tem também uma dimensão psicológica. O terrorismo espalha o medo coletivo. Mas é possível lutar contra isso, opina o articulista da DW Volker Wagener.

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O terror abstrato agora é visível. Através do medo ele consome nossos corações e mentes. Será que eu ainda posso ir a um show de rock ou a um estádio de futebol? E as nossas escolas e jardins de infância? Ainda é seguro viajar de trem? E em breve será carnaval de novo.

O medo tem fundamento. Mas antes que ele se transforme em paranoia, temos que respirar fundo: sim, o inimigo é invisível, ele não marcha na frente de todos. Ele só aparece quando já é tarde demais, quando separamos os mortos dos feridos. Mas que conclusões tiramos disso?

É indispensável expandir os padrões de segurança. Por anos, foi perfeitamente aceitável economizar até sucatear a nossa polícia. A prioridade era a redução de custos. Vagas foram fechadas e horas extras se acumularam. Os agentes da polícia são considerados profissionais particularmente frustrados. A polícia técnica até tem o charme de antes, mas de moderna não tem nada.

Claro que policiais fardados não conseguem prevenir tudo que grupos suicidas planejam. Mas uma maior presença em locais públicos nos dá mais segurança. Alguns olhos a mais também conseguem enxergar melhor.

Isso também se aplica aos serviços de proteção à Constituição e às agâncias de inteligência. É um equívoco pensar que, depois de sete décadas de paz e 25 após a queda do comunismo, a Alemanha pode seguir sem esses serviços.

Quem, se não eles, devem reunir o conhecimento necessário para identificar e frustrar atantados? Vários ataques planejados na Alemanha, nos últimos anos, foram descobertos com a ajuda de serviços de inteligência estrangeiros. Isso não significa competência própria. Deveria ser uma reivindicação nossa ter atividades radicais no radar.

Mapear esse quadro significa também controlar a internet. Mas a privacidade dos dados é como uma vaca sagrada na Alemanha. Britânicos, americanos e franceses não entendem a magnitude disso e acham extremamente suspeito. Em tempos de ameaças terroristas, prioridades precisam ser definidas. A proteção da vida e da integridade física é mais importante que a privacidade. Não há segurança sem limitações na proteção de dados.

Não devemos nos enganar. Nem todas as liberdades podem ser garantidas em um estado de emergência. Ou deveríamos nos sentir ultrajados quando forças de segurança francesas dão indicações sobre ataques na Alemanha, obtidas por meios que as autoridades alemãs considerariam ilegais?