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Opositor desafia Kremlin, adere a protesto e volta a ser preso

30 de dezembro de 2014

Horas após ser sentenciado a três anos e meio de prisão domiciliar, Alexei Navalny, um dos maiores críticos do governo Putin, é levado pela polícia. Manifestação contra sua condenação termina com mais de 130 detidos.

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Oppositionsdemonstration vor dem Kreml in Moskau 30.12.2014 Navalny
Foto: Reuters/Anton Belitskiy

O ativista Alexei Navalny, um dos principais nomes da oposição ao presidente Vladimir Putin, foi detido nesta terça-feira (30/12) ao desafiar as autoridades russas e tentar aderir a um protesto em Moscou, apenas poucas horas depois de ter sido sentenciado a três anos e meio de prisão domiciliar.

Condenado sob acusação de cometer crimes financeiros, Navalny diz ser vítima de perseguição política. Seu irmão, Oleg, também foi sentenciado a três anos e meio de prisão, mas terá que cumprir a pena em regime fechado.

Navalny tentava participar de um protesto contra sua detenção, que levou milhares de pessoas às ruas de Moscou apesar do frio de 10 graus negativos. Ele foi escoltado por policiais de volta a sua casa, onde terá que cumprir a pena.

"Apelo a todos para que não abandonem a manifestação a não ser que sejam forçados. Eles não podem prender toda a gente", escreveu Navalny no Twitter.

O protesto durou cerca de duas horas, até ser dispersado pela polícia. Segundo a oposição, mais de 130 manifestantes foram detidos.

Oppositionsdemonstration vor dem Kreml in Moskau 30.12.2014
Polícia detém manifestante durante o protesto em apoio a Navalny em MoscouFoto: AFP/Getty Images/D. Serbebryakov

"Esse regime não merece existir"

O líder da oposição, que passou quase o ano todo em prisão domiciliar, chamou a sentença dele de ridícula. O crítico de Vladimir Putin havia dito anteriormente que seu destino seria decidido pelo próprio presidente russo.

Navalny foi acusado, junto ao irmão Oleg, de ter desviado da empresa de cosméticos Yves Rocher 27 milhões de rublos – quase meio milhão de euros, segundo o câmbio da época – ao prestar serviços de distribuição para a companhia francesa. Navalny e o irmão negaram as acusações, afirmando que elas teriam motivação política.

A Yves Rocher apresentou queixa contra os irmãos, mas retirou-a mais tarde, afirmando, através do diretor financeiro da filial russa, Christian Melnik, que não "sofreu nenhum prejuízo" na colaboração com a empresa dos Navalny.

À saída do tribunal em Moscou, Navalny afirmou à imprensa que seu irmão é "refém" das autoridades russas e apelou a seus apoiadores que se manifestem contra Putin. "Ele não tenta apenas destruir os opositores, mas também os seus familiares", afirmou. "Esse regime não merece existir, deve ser destruído."

A condenação dos irmãos Navalny surpreendeu sobretudo porque a acusação tinha pedido a pena mais pesada – dez anos de prisão – para o opositor e a menos pesada – oito anos – para o irmão.

RPR/ap/rtr/dpa