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Os diferentes tipos de satélites

Johan Mirbach (ca)16 de fevereiro de 2016

Sem os satélites artificiais, nosso dia a dia seria bem menos confortável. Conheça algumas das funções dos mais de 1.200 dispositivos em órbita ao redor da Terra, que não se resumem a GPS e transmissão de TV.

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Foto: Nasa/dpa

O lançamento do satélite europeu de observação terrestre Sentinel-3A, marcado para esta terça-feira (16/02), faz lembrar que um mundo sem satélites artificias seria um mundo sem navegação por GPS, e um mundo em que alguns canais de TV não poderiam existir. A previsão meteorológica também seria muito menos precisa. Em suma, esse mundo seria menos confortável.

Para que tudo continue funcionando como está, mais de 1.200 satélites estão em órbita em torno da Terra – cada um deles com habilidades diferentes.

Espionagem

Quem já assistiu a um filme de suspense hollywoodiano sabe que os satélites americanos são capazes de monitorar a Terra em tempo real. Muitos filmes divergem, no entanto, quando se trata da resolução. Os melhores satélites de espionagem pertencem à serie Keyhole. Eles proporcionam uma resolução de até 10 centímetros por pixel. Como sugerido em alguns filmes, eles não são capazes de reconhecer placas de carros. Mesmo assim, os verdadeiros espiões conhecem seu trabalho: drones oferecem os dados necessários. Eles podem identificar os passageiros de um carro a 25 quilômetros de distância. Por volta de um quarto dos satélites é usado para espionagem ou fins militares, muitos deles, no entanto, ainda estão abertos ao uso civil.

TV e comunicação

Transmissão de TV por satélite – algo do passado? Nem um pouco. Os satélites de TV perfazem quase 25% de todos os objetos feitos pelo homem que se encontram em órbita da Terra. Há 40 anos, os EUA deram início à transmissão de TV por satélite; os europeus, dez anos mais tarde. Atualmente, 50% dos telespectadores utilizam as famosas antenas parabólicas sobre os telhados – para o horror do patrimônio histórico e dos fãs da arquitetura. E, por falar nisso, os veneráveis satélites de TV já se transformaram em multitalentos: eles transmitem telefonemas e oferecem até mesmo acesso à internet.

Satellitenschüsseln in Kairo
Foto: DW Akademie/J. Rahe

Navegação

O GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global) ajuda motoristas, ciclistas e, atualmente, até mesmo pedestres em seus planos de viagem. Os velhos mapas dobráveis saíram de moda. Mas, aos poucos, o sistema americano desenvolvido há 20 anos ganha concorrência. Tanto os europeus, quanto russos e chineses trabalham em soluções próprias. Elas se chamam Galileo, Glonass e BeiDou. Hoje, a localização por satélite tornou-se parte integrante de smartphones. Por meio de diferentes aplicativos, é possível localizar restaurantes, amigos e talvez até o próximo parceiro ou parceira nas redondezas. Por volta de 5% de todos os satélites se dedicam a essa importante tarefa.

Tempo

"Previsões são difíceis, principalmente quando dizem respeito ao futuro", constatou sobriamente o escritor Mark Twain. Nesse contexto, as previsões meteorológicas parecem ser de grande importância, embora nem sempre sejam corretas. Sobre elas, as pessoas falam tanto quanto sobre o próprio tempo, principalmente quando são errôneas. De fato, a precisão de tais prognósticos melhorou por volta de 15 vezes com a ajuda de satélites. Atualmente, há previsões para 14 dias, radar de precipitação e informações precisas de temperatura. Apesar de tudo isso, ainda não se está satisfeito por completo com a previsão do tempo. Ser um satélite meteorológico é um trabalho ingrato. Por sorte, essa responsabilidade cabe a poucos. Os europeus têm três satélites; os americanos, dois; e russos, japoneses e indianos, um cada um.

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Foto: NOAA via Getty Images

Observação da Terra

Os europeus não são capazes da observação terrestre em tempo real, como fazem os americanos. De qualquer forma, por meio do programa Copérnico, eles podem obter imagens com atraso de apenas 20 minutos. Embora o programa não signifique uma "nova era na observação do planeta", como afirma o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), ele representa uma melhora gradual. No dia a dia, esses satélites são conhecidos principalmente através do Google Maps. Assim, apesar dos muros altos, pode-se dar uma olhada no terreno do vizinho. As imagens do Google, no entanto, são de até dez anos atrás.

Deutschland Weltall Raumfahrt Berlin von der ISS Satellitenbild
Foto: Alexander Gerst/ESA/picture-alliance/dpa

Pesquisa

Na área da pesquisa, os satélites mostram do que realmente são capazes. A medição do campo magnético da Terra, da gravitação ou do nível dos oceanos está, nesse contexto, entre as tarefas mais fáceis. Os satélites de pesquisa olham para o espaço, rastreiam estrelas remotas ou monitoram erupções solares. Eles perfazem 10% de todos os satélites.

Wettersatellit Metop
Foto: picture-alliance / dpa/dpaweb

Estações espaciais

As estações espaciais, destinadas principalmente à pesquisa, também são satélites. Em comparação com as cápsulas utilizadas no voo de ida e volta, a Estação Espacial Internacional (ISS) oferece relativo conforto. Recentemente, a primeira máquina de café para uso em gravidade zero foi transportada para o espaço. Agora, a tripulação da estação pode desfrutar de um espresso fresquinho todas as manhãs.

Guerra

Satélites também podem ser usados na guerra. Principalmente os EUA e a Rússia trabalham a todo vapor em equipar seus satélites com mísseis. Os governos dos dois países negam qualquer pretensão bélica, mas algum dia um desses objetos munido de mísseis intercontinentais vai se tornar realidade. Para se proteger de qualquer ataque possível, alguns países já estão desenvolvendo foguetes antissatélite. Também os chineses estão envolvidos nessa guerra das estrelas. Há oito anos, a China realizou a primeira destruição de um satélite por meio de um projétil.