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Otan discute expansão para os Bálcãs

Bernd Riegert (sm)27 de abril de 2006

Desde o fim da Guerra Fria, a Otan passou a considerar a estabilização dos Bálcãs uma de suas tarefas. Muitos países da região ainda esperam ser aceitos na organização. Um encontro na capital búlgara discute a questão.

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Ministros do Exterior da Otan discutem em Sófia estratégias de expansãoFoto: AP

Os ministros do Exterior dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reuniram nesta quinta-feira (27/04) em Sófia, para discutir as parcerias da organização e a aceitação de novos países-membros. "Precisamos pensar como intensificar a ligação com países que já participam nas nossas operações", declarou o secretário geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, no início do encontro. Um ponto central do encontro é a negociação do ingresso dos países balcânicos na Organização.

Estratégia de ampliação para os Bálcãs

A aceitação de novos países-membros na Organização do Tratado do Atlântico Norte não é nada de excepcional. Desde sua fundação, em 1949, 14 novos membros se juntaram aos 12 iniciais. No entanto, as razões de ingresso na organização mudaram com o tempo.

Se, até os anos 80, a principal razão de ingressar na Otan no Ocidente era a tentativa de se proteger do bloco comunista, desde a queda do Muro de Berlim, há 17 anos, o grande desafio se tornou a integração dos antigos países comunistas na aliança militar. Em 2004, sete nações do antigo bloco oriental ou antigas repúblicas soviéticas se tornaram membros da Otan.

A Croácia, a Macedônia e a Albânia serão os próximos países balcânicos a receberem o convite durante a cúpula da Otan em 2008. Enquanto a Croácia já cumpre as condições de ingresso agora, a Albânia está sendo pressionada a promover avanços democráticos e dar garantias mais concretas de um Estado de direito. Os EUA, no entanto, como nação líder da Otan, querem que estes países sejam aceitos de uma única vez.

A meta da aliança militar é integrar todos os países balcânicos a suas estruturas. A Bósnia-Herzegóvina e Sérvia-Montenegro deverão se tornar membros assim que solucionarem seus conflitos étnicos. No entanto, isso ainda poderá durar muito tempo.

O plano da Otan é "exportar" estabilidade e segurança para a região. Para muitos países do antigo bloco comunista, o ingresso na Otan é um passo decisivo para a entrada na União Européia.

Alegada luta contra o terrorismo

Sobretudo os EUA têm interesse de integrar um grande número de países o mais rápido possível na Otan, alegando a importância da luta contra o terrorismo. Ainda este ano, a Ucrânia deverá participar do "plano de ação" para se tornar membro da organização (membership action plan). A França e outros países-membros europeus mostram-se mais hesitantes, temendo que a expansão implique gastos excessivos e comprometa a segurança da Europa. A Rússia é contra a aceitação de diversos "satélites" da antiga União Soviética.

A Geórgia está se empenhando para ser aceita na aliança do Atlântico Norte. No entanto, para a Otan, a Geórgia ainda está longe de dispor das garantias democráticas necessárias, apesar de seus esforços de reforma. Além de conflitos étnicos, o maior empecilho é a resistência da Rússia. É possível que, até 2008, a Geórgia apenas receba a proposta de um "diálogo mais intenso", o que na linguagem diplomática significa "ficar na fila".

Os planos norte-americanos, no entanto, vão além das fronteiras européias. Washington se empenha em aproximar da Otan países asiáticos ou do Pacífico, como Japão, Coréia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Planos estratégicos também incluem Israel nas estruturas do Atlântico Norte a longo prazo.

Nos últimos anos, a Otan tentou estender suas antenas nas mais diversas direções. Países da Europa, do Cáucaso e da Ásia Central que não querem se tornar membros da organização foram integrados na chamada parceria pela paz. Com alguns países do Golfo Pérsico e em torno do Mediterrâneo, a Otan procura intensificar a cooperação militar, argumentando com o combate ao terrorismo.