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OTAN e UE não comentam fim do Tratado de Antimísseis Balísticos

Estelina Farias13 de dezembro de 2001

O presidente russo, Vladimir Putin, reagiu com moderação à retirada dos Estados Unidos do acordo que assinaram há 29 anos com a União Soviética.

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Bush anuncia retirada dos EUA do ABM, ladeado por Colin Powell e Donald RumsfeldFoto: AP

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) recusou-se a tomar uma posição sobre a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Antimísseis Balísticos (ABM), anunciada pelo presidente George W. Bush, em Washington, nesta quinta-feira, sob protestos da Rússia. "A aliança não vai fazer nenhum comentário oficial porque se trata de um acordo bilateral", alegou o porta-voz da OTAN em Bruxelas, Yves Broudue. A União Européia também não quis comentar a decisão do governo americano, embora os países-membros sempre tenham visto o ABM como vital para a segurança na Europa e o equilíbrio estratégico internacional.

O ABM, assinado em 1972, pelos presidentes dos EUA, Richard Nixon, e da União Soviética, Leonid Breschenev, proíbe Washington e Moscou de desenvolverem novos sistemas de defesa antimísseis. A meta do governo americano com sua retirada do tratado é instalar um novo sistema antimísseis para enfrentar ataques terroristas ou de mísseis intercontinentais do que chama de "Estados párias", que seriam Irã, Iraque e Coréia do Norte.

Reação russa

- Num pronunciamento transmitido pela TV para todo o país, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a decisão dos EUA não foi inesperada, mas é um grande erro. Putin destacou que tanto a Rússia quanto os EUA, ao contrário de outras potências atômicas, têm um sistema para superação de mísseis intercontinentais. Por isso, ele não veria na decisão do seu colega americano Bush uma ameaça para a segurança nacional da Rússia.

A retirada dos EUA do ABM não representaria igualmente uma ameaça às boas relações entre Washington e Moscou, segundo Putin. Ele sugeriu que não só o nível atual das relações russo-americanas seja preservado, mas também usado para um novo tratado. "Numa época em que o mundo se confronta com novas ameaças, não podemos permitir um vácuo no setor de estabilidade estratégica", argumentou o presidente russo.

Antes do anúncio de Bush, o presidente da Comissão de Defesa do Parlamento russo, Vladimir Volkov, tinha advertido para uma nova corrida armamentista com o fim do ABM. China, Índia e Paquistão se veriam agora, segundo ele, na obrigação de acumular mais armas estratégicas. Uma porta-voz do Ministério do Exterior da China manifestou preocupação com a decisão de Bush.