1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
Religião

Papa canoniza 30 brasileiros mártires do Rio Grande do Norte

15 de outubro de 2017

Em cerimônia no Vaticano, Francisco canoniza brasileiros considerados os primeiros mártires do país e que foram assassinados em 1645 por holandeses protestantes que não admitiam prática do catolicismo.

https://p.dw.com/p/2lrG0
Heiligsprechung im Vatikan
Foto: picture-alliance/dpa/A. Medichini

O papa Francisco canonizou neste domingo (15/10) os 30 "mártires do Rio Grande do Norte", considerados os primeiros mártires do Brasil, assassinados em 1645. Na cerimônia realizada na praça de São Pedro, no Vaticano, o pontífice também proclamou santos os três "meninos mártires de Tlaxcala", do México, assassinados entre 1527 e 1529.

Como é habitual, Francisco usou a fórmula em latim para proclamar a santidade e pedir que os nomes fossem inscritos nos livros dos santos da Igreja. Durante a cerimônia também foram canonizados o sacerdote espanhol Faustino Míguez (1831-1925), fundador do Instituto Calasancio Filhas da Divina Pastora, e o capuchinho italiano Angelo da Acri.

O grupo de santos brasileiros são considerados os primeiros mártires do país e foram encabeçados pelos sacerdotes Andrés de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e o laico Mateus Moreira, além de outros 27 companheiros assassinados entre 16 de julho e 3 de outubro de 1645 pelos protestantes calvinistas holandeses instalados no Brasil naquela época.

Conhecido como massacre de Cunhaú e Uruaçu, o episódio aconteceu no Rio Grande do Norte durante o período da domínio holandês na região. Os holandeses – que eram calvinistas – não admitiam a prática do catolicismo nos territórios por eles invadidos. O papa João Paulo 2º os beatificou em 5 de março de 2000, na Basílica de São Pedro.

Meninos indígenas mexicanos

A cerimônia começou com o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o cardeal Angelo Amato, que, acompanhado dos postuladores das causas, apresentou a Francisco a petição de canonização e leu uma pequena biografia de cada um.

Depois, o papa pronunciou a fórmula em latim: "Após ter reflexionado largamente e invocado a ajuda divina, e escutando o parecer de muitos dos nossos irmãos bispos, declaramos santos os beatos [...] e os inscrevemos no Catálogo dos Santos, e estabelecemos que em toda a Igreja sejam devotamente honrados entre os santos." Depois, as relíquias dos novos santos foram levadas ao altar.

Para a cerimônia compareceram centenas de mexicanos de Tlaxcala e uma ampla delegação religiosa liderada pelo bispo da diocese, Julio C. Salcedo Aquino, e os cardeais José Francisco Robles Ortega e Alberto Suárez Inda.

Os meninos indígenas santos são Cristóbal, Juan e Antonio, que tinham entre 12 e 13 anos e foram assassinados entre 1527 e 1529, ao terem se convertido ao cristianismo, e que serão agora os padroeiros da infância mexicana. Os três meninos foram beatificados em 6 de maio de 1990 na basílica de Guadalupe por João Paulo 2º.

FC/efe/ots