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Papa defende paz no Oriente Médio em encontro com Abbas

16 de maio de 2015

Presidente da Autoridade Palestina se reúne com pontífice, às vésperas de cerimônia de canonização de duas freiras palestinas. Líder palestino recebe medalhão e é chamado de "anjo da paz" pelo Vaticano.

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Foto: Reuters/A. Pizzoli

O papa Francisco realizou neste sábado (16/05) uma audiência privada de cerca de 20 minutos com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a quem o Vaticano descreveu como cordial.

Abbas está em Roma para participar de uma cerimônia de canonização de duas freiras que viviam na Palestina otomana no século 19. Nunca antes um árabe palestino havia sido santificado. Uma grande delegação palestina também estará presente na cerimônia deste domingo, o que também será a primeira vez que autoridades muçulmanas das terras de Belém participarão de tal serviço religioso.

Durante o encontro, o papa Francisco presenteou Abbas com um medalhão descrito como simbolizando um "anjo da paz destruindo o espírito maligno da guerra". O pontífice justificou a escolha do presente dizendo que Abbas é "um anjo da paz", reiterando comentários feitos por ele durante a visita a Israel e à Cisjordânia, em 2014, quando chamou tanto Abbas como o então presidente israelense, Shimon Peres, de "homens de paz".

No início desta semana, o Vaticano anunciou ter concluído um tratado que, oficialmente, reconhece a Palestina como Estado. A decisão foi recebida com irritação pelo governo israelense, que viu nela um obstáculo às negociações de paz na região.

Em entrevista ao jornal do Vaticano L'Osservatore Romano, o vice-chanceler da Santa Sé, Antoine Camilleri, disse que o tratado articula "a esperança do Vaticano para uma solução à questão palestina e o conflito entre israelense e palestino de acordo a solução de dois Estados".

Ele disse esperar que o acordo possa ser capaz de "ajudar palestinos na criação e no reconhecimento de um Estado independente, soberano e democrático da Palestina".

O tratado tem grande peso simbólico – nos territórios ocupados palestinos estão vários locais sagrados para os cristãos. E representa mais um impulso aos esforços do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em busca de reconhecimento internacional.

O anúncio confirma o que o papa Francisco e a Santa Sé já vinham sinalizando nos últimos anos. Em 2012, o Vaticano deu boas-vindas à decisão da Assembleia Geral da ONU de aprovar a Autoridade Palestina como "Estado observador não membro", medida que representou um reconhecimento implícito.

No ano passado, o Vaticano já havia usado, sem alarde, o termo "Estado palestino" em seu Anuário Pontifício, que contém dados gerais sobre a estrutura da Santa Sé. As palavras foram empregadas também pelo próprio Francisco durante visita à Terra Santa.

PV/afp/dpa/ap