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Partido Liberal recusa-se a pedir desculpa a judeus

31 de maio de 2002

O Partido Liberal da Alemanha (FDP) ainda se nega a pedir desculpa ao Conselho Central dos Judeus, mas lamentou e condenou a contenda entre os dois lados, com troca de acusações de anti-semitismo.

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Jürgen Möllemann: Michel Friedmann estimula o anti-semitismo na AlemanhaFoto: AP

O diretório nacional do Partido Liberal aprovou por unanimidade, em Berlim, nesta sexta-feira (31), uma declaração redigida por seu presidente, Guido Westerwelle, que lamenta e condena a acusação feita pelo vice-presidente do FDP, Jürgen Möllemann, de que o vice-presidente da organização dos judeus, Michel Friedmann, seria co-responsável pelo crescente anti-semitismo na Alemanha, por causa da forma rude como trata seus entrevistados num programa da televisão.

Nem o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, nem Friedmann podem ser responsabilizados pelo aumento do anti-semitismo, diz a "declaração de Berlim" com a qual os liberais querem encerrar a contenda. O Conselho Central dos Judeus também acusa Mölleman e seu partido de anti-semitismo.

Friedmann reagiu à "declaração de Berlim" exigindo, mais uma vez, um pedido de desculpa de Möllemann e a exclusão do deputado Jamal Karsli da bancada do partido no estado da Renânia do Norte-Vestfália. Karsli havia sido obrigado a retirar o seu pedido de filiação ao Partido Liberal, porque dissera que Israel usa métodos nazistas no conflito com os palestinos, mas continua cooperando com a bancada estadual.

O presidente dos liberais, Westerwelle, rejeitou as acusações de anti-semitismo contra o seu partido. "Esta é a pior acusação que se pode levantar na Alemanha" justificando o direito de críticas à política de Israel para os palestinos. Ele disse que "crítica entre amigos, por preocupação com os acontecimentos no Oriente Médio, tem de permanecer possível". Westerwelle, que retornou esta semana de uma viagem à região em conflito, confirmou que não quer a permanência do deputado Karsli no seu partido.

Em plena campanha para a eleição do novo Parlamento e do governo, em 22 de setembro, o presidente dos liberais elogiou a discrição do chanceler federal, Gerhard Schröder, e do seu concorrente na disputa pela reeleição, Edmund Stoiber, na contenda entre liberais e judeus. Mas acusou o Partido Verde e alguns social-democratas de aproveitarem a discussão sobre o anti-semitismo com o propósito de obter dividendos eleitorais.