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PARTIDOS DE EXTREMA DIREITA

12 de fevereiro de 2005

A discussão sobre partidos de extrema direita, a proibição de símbolos nazistas e a dupla cidadania foram os temas mais comentados esta semana por nossos leitores.

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Manifestantes de extrema direita em BerlimFoto: dpa

Acredito que por mais radical que seja o partido, seu lugar em âmbito nacional se deve primeiramente ao propósito pelo qual o partido venha a existir. Numa democracia, a maioria sempre teve como base de respaldo o livre acesso às normas e regras do jogo político que a sustenta. Ou se cria então uma ditadura em nome de todos e se exclui a minoria, ainda que ela seja do tipo neonazista. Isso é uma verdadeira tolice, achar que eventos passados sejam reeditados como norma de conduta em tempos atuais. Os nazistas ou qualquer outro partido, de direita ou de esquerda, terá seu lugar num contexto onde faltem a pluralidade de opiniões (...)
Sidney Duarte

Há uma canção alemã que diz: "Die Gedanken sind frei" (Os pensamentos são livres). Idéias não se proíbem. Combatem-se. Tentaram, há milênios, matar uma idéia, crucificando seu autor. Resultado: ela dominou o mundo.

Filomeno

Não se deve proibir. A livre manifestação de pensamento é a essência da democracia. Proibição é viés autoritário. O império da lei é que deve prevalecer, em qualquer hipótese. Pensar diferente é entrar no jogo da esquerda, do duplo discurso – propositalmente contraditório, indicativo do Stalinismo, e muito bem simbolizado na linguagem orwelliana – Novilíngua (George Orwell - 1984) – que é uma forma de corrupção da linguagem e do significado das palavras e das instituições (a mente, o corpo, claro, já estão corrompidos). Pluralismo democrático é admitir todas as formas de pensamento, cujas ações não violem a ordem jurídica.

Rivadávia Rosa

Num regime democrático, a liberdade de opinião é um direito do cidadão, inclusive a liberdade de votar no partido de sua preferência. Na democracia, a disputa política deve acontecer no debate de idéias e propostas. Os partidos políticos são expressões organizadas da opinião dos cidadãos. Proibir um partido, como bode expiatório do desemprego, não vai mudar essa opinião. Mais eficaz será se o governo puder mudar a conjuntura econômica de baixo crescimento e desemprego.

Müller

SÍMBOLOS TOTALITÁRIOS


Sou totalmente a favor de proibir símbolos totalitários como forma de propaganda; mas não como referência histórica.

Não somente a suástica mas também os símbolos comunistas (...) É preciso ter muito bom senso e muita ética ao se tratar deste delicado assunto para não se ter dois pesos e duas medidas.
Diogo Rickwardt

Antes de discutirem a proibição dos símbolos nazistas (objetos materialistas), deveriam analisar e debater as circunstâncias que propiciam o surgimento e propagação das idéias nazistas. Pois símbolos podem ser proibidos por leis, mas as idéias, pensamentos, como poderiam ser proibidos? Acredito que se as diferenças sociais forem diminuidas entre as populações (países ricos e países pobres) mundiais, o campo para proliferação deste ódio (ideologia) estaria cada vez mais limitado. Não devemos esquecer que tanto os símbolos nazistas, comunistas, fascistas e outros símbolos totalitaristas ou não, fizeram parte de todo um processo histórico, que não se deve proibir porque alguém os utilizou para fins questionáveis. Como também não proibimos os símbolos de democracias que exploraram as populações mais pobres no mundo, ou os símbolos eróticos estampados nos meios de comunicação existente hoje em dia.

Carlos R. Rodrigues

Sou amplamente a favor da proibição também de símbolos comunistas. É um absurdo o que acontece hoje na Alemanha, por exemplo, onde comediantes aparecem na TV usando camisetas de Che Guevara com foices e martelos. Esse argumento de que são símbolos distintos dos nazistas, porque não representariam racismo, anti-semitismo, etc. é puro diversionismo. Ora, então matar em nome de racismo é condenável, mas matar em nome do comunismo não? Nenhuma dúvida. Se trata aqui da velha oposição entre "esquerda" e "direita". O extremismo de direita não pode, o de esquerda pode. Se é para afrontar e criticar os EUA pode, se é para criticar Cuba não pode... Pobre Europa!

Guilherme Pinto

PERDA DA CIDADANIA E DUPLA NACIONALIDADE


No meu entender, é valido exigir que um cidadão que tenha por opção escolhido outra pátria abra mão da natal. Entretanto, devemos repensar devido a tantos avanços da comunicação e das viagens rápidas, o conceito de estrangeiro. O que é um estrangeiro? Alguém que eu falo pelo telefone a hora que eu quiser ou estou com ele a no máximo um dia de viagem? Agora, que é válido exigir que ele abra mão de sua cidadania, acho correto. Entretanto, cada vez mais seremos cidadãos do mundo, pois no meu telejornal vejo os problemas que ocorrem a meio mundo de distância ou a duas horas de ônibus. O que é cidadania? Nada mais que saber qual governo irá te cobrar impostos e a quem reclamar dos serviços públicos e, normalmente, de um não dá para escapar e do outro, não se pode esperar nada. E outro ponto importante da cidadania, deveria ser mais ou menos como time de futebol local. Quando vai bem, a gente é torcedor. Quando vai mal, muda-se de time. Pois mostramos nossos brios nacionalistas apenas quando há alguma competição esportiva. Nessa hora, mostramos nosso sentimento pátrio como uma tribo pronta para a guerra. Para na segunda feira seguinte acordar de ressaca, ler o jornal para saber como vai o dólar, o euro ou o ouro. Pois aquele dinheiro suado irá sofrer influências externas. Depois, ir trabalhar esperando ter mais um dia normal como outro qualquer.

Gamarra

Mas é claro que isso não é justo. Acho que cidadania deveria ser uma coisa indiscutível no mundo inteiro... Ninguém jamais tira do sangue ou do coração, suas tradições, seu passado, sua história... Leva-se isso consigo por onde quer que se vá. Se eu pago meus impostos direitinho, cumpro com os meus deveres, por que devo também mudar o meu passaporte?

Ana Aguiar