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Persistem divergências entre Alemanha e EUA sobre o Iraque

(sv)12 de setembro de 2002

O ministro alemão do Exterior reúniu-se com o secretário de Estado norte-americano e adiou a volta a Berlim para ouvir o discurso de George W. Bush na ONU.

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George W. Bush fala à assembléia geral da ONUFoto: AP

O ministro Joschka Fischer manifestou nesta quinta-feira (13) a seu colega de pasta norte-americano as preocupações alemãs quanto a um eventual ataque norte-americano ao Iraque. Ao salientar pessoalmente que Berlim vê com ceticismo os propósitos de Washington, o ministro alemão definitivamente não conseguiu aparar as arestas existentes nas relações entre os dois países no momento.

Após um encontro de meia hora com Collin Powell, Fischer repetiu incansavelmente em várias entrevistas: "Não pode ser que iremos entrar por uma porta que traz mais riscos, talvez maior instabilidade e um perigo muito, muito grande." Com isso, Fischer dá continuidade à posição defendida pelo chanceler federal Gerhard Schröder, de insistir no não a uma eventual invasão do Iraque.

Solução pacífica – Fischer definiu as palavras de Bush como "pesadas e claras" e reivindicou de Bagdá uma resposta imediata às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, para que os inspetores possam regressar ao país. A Alemanha, nesse caso, segundo Fischer, deverá engajar-se "numa solução pacífica para o conflito".

Por mais que a diplomacia insista que "as relações teuto-americanas" não estão ameaçadas, é inegável que os dois países defendem posições, se não opostas, pelo menos muito divergentes. Entre Schröder e Bush, reina um silêncio mortal. Além disso, é de se questionar o que foi feito da propagada amizade social-democrata que unia Schröder ao premiê britânico Tony Blair, este, um defensor fiel das estratégias norte-americanas.

Após as eleições de 22 de setembro, o próximo chanceler federal, seja ele Schröder ou o candidato da oposição Edmund Stoiber, terá de tomar posições mais firmes. Tanto em relação a seus eleitores, quanto frente a Washington. Manter-se em cima do muro entre a "solidariedade ilimitada" pelo 11 de setembro de 2001 e o recuo total do 12 de setembro de 2002 não vai ser possível à diplomacia internacional. Nem mesmo nas mãos do competente Joschka Fischer.