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Pesquisa e desenvolvimento cada vez mais importantes

Insa Wrede (gv)1 de março de 2006

No último ano, as firmas da Alemanha aumentaram seus orçamentos para P&D. Mas o crescimento é modesto, em comparação com a década de 90. E talvez não baste para manter o país na vanguarda da ciência.

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Importância da P&D cresce em todo o mundoFoto: dpa - Report

As companhias alemãs gastaram menos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2004 do que em 2003. Porém em 2005 aumentaram seus investimentos para 47 bilhões de euros e este ano pretendem chegar aos 48 bilhões de euros. Estes dados provêm da Stifterverband für die deutsche Wissenschaft, grupo que promove a ciência na Alemanha.

A organização juntou informações de 1500 companhias alemãs no último ano, mostrando que o orçamento de P&D vem crescendo, mas apenas modestamente. Especialmente comparado com a abundância dos anos 90, quando as taxas de crescimento circulavam em torno de 10%. De acordo com Jürgen Hambrecht, presidente da gigante de química Basf e um dos diretores da Stifterverband, no futuro, não é mais de se esperar crescimento dessa ordem no campo da P&D.

Porém, Hambrecht acrescenta que a área tem feito avanços significativos. Uma alteração importante foi a redução de escala. "Não se constroem mais grandes instalações piloto, é possível fazer muita coisa em uma escala bem menor, ativando as simulações mais rapidamente."

A maior eficiência permite que as companhias gastem menos dinheiro do que no passado, mantendo o mesmo nível de pesquisa. Contudo, outros países valorizam mais o conhecimento do que a Alemanha. Israel usa 4,5% do seu PIB em P&D, a Suécia 4% e a Finlândia 3,5%. A Alemanha – em sétimo lugar, atrás dos Estados Unidos e Japão – aplica apenas cerca de 2,5% do seu PIB em pesquisa.

Reputação da Alemanha pode estar sujeita

Internationales Forschungszentrum Caesar in Bonn p178
Pesquisa básica é fundamento para a pesquisa aplicada das empresasFoto: dpa

Os investimentos alemães provêm principalmente da iniciativa privada. Aqui, os gastos crescem continuamente, e atingiram 67% em 2004, conforme Hambrecht. Simultaneamente, as verbas do governo para P&D caíram, e com isso os investimentos em pesquisa básica.

"Se isso continuar, o posto da Alemanha como centro de ciência ficará prejudicado de forma permanente", alertou Hambrecht. "Os cortes nos investimentos do Estado em pesquisa básica não podem continuar, pois é nela que se lança a base para os futuros produtos e aplicações".

A pesquisa básica forma, portanto, o fundamento para a pesquisa aplicada das próprias companhias. Na Alemanha, um quarto dos investimentos no campo vem de firmas estrangeiras. Muitas das companhias originalmente em mãos alemãs foram compradas por multinacionais, que deixaram seus departamentos de P&D na Alemanha.

Algumas companhias estrangeiras, tais como a General Electric, também estabeleceram centros de pesquisas na Alemanha. A GE usa seu laboratório nas cercanias de Munique para melhor cooperar com universidades e institutos do sul do país.

Promovendo conhecimento

Eröffnung des Forschungszentrum von General Electric in München
A GE inaugurou em 2004 seu centro de pesquisa em Garching, próximo a MuniqueFoto: dpa

As companhias européias foram responsáveis por 60% da P&D interna realizada por firmas estrangeiras na Alemanha em 2003, segundo Andreas Schlüter, presidente da Stifterverband. As norte-americanas ficaram com cerca de 37%. As estruturas administrativas de companhias multinacionais também determinam que as firmas alemãs realizem P&D no exterior.

"A venda de produtos no exterior é seguida pela relocação dos sítios de produção no estrangeiro. Depois vem a adoção dos padrões estrangeiros, por sua vez sucedida pelo desenvolvimento de capacidades de P&D", explica Schlüter.

Ainda assim, as companhias estrangeiras aplicam mais em P&D na Alemanha do que as firmas alemãs no exterior. Se a Alemanha perder sua relevância como centro de inovação, não será devido à transferência de P&D para o exterior, mas sim porque o governo e as companhias alemãs investem muito pouco em ciência, arriscando perder a conexão com os desenvolvimentos futuros.