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Ameaça ambiental

6 de abril de 2010

Navio carregado com 65 mil toneladas de carvão e quase mil toneladas de petróleo continua encalhado junto à costa da Austrália. Caso navio venha a se romper, catástrofe ecológica ameaça maior recife de coral do mundo.

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Embarcação chinesa poderá se romperFoto: AP

O petroleiro chinês Shen Neg 1, que encalhou no último sábado a 70 quilômetros da costa da Austrália, ainda continua a ameaçar a Grande Barreira de Coral, localizada junto à costa do estado australiano de Queensland.

Além de 65 mil toneladas de carvão, o navio de 230 metros de comprimento transporta 950 toneladas de petróleo. Após o acidente, autoridades australianas detectaram várias manchas de óleo nas imediações do navio.

Autoridades de proteção marinha informaram que a aplicação de produtos químicos dissolveu uma mancha de óleo de 3 quilômetros de comprimento. Até esta terça-feira (06/04), as equipes de salvamento na região afirmaram não ter visto novos vazamentos.

Ativistas ambientais acusam o governo do estado de Queensland de negligência e afirmam que a catástrofe poderia ter sido evitada. Nesta terça-feira, o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, planeja sobrevoar o local para ter uma ideia da situação.

Perigo de maré negra

O navio que encalhou no último fim de semana carregado de combustível ameaça agora se romper. Dois rebocadores mantêm o petroleiro em posição. Os trabalhos de resgate podem durar semanas e o perigo de uma maré negra sobre a Grande Barreira de Coral ainda não passou, disse Patrick Quirk, da Segurança Marítima de Queensland.

"Eu gostaria de afirmar que, no momento, não foi registrado nenhum derramamento significativo de petróleo na água, mas nós nos preparamos para o pior. O navio ainda está sobre o recife e sofre arranhões ao passar de cada onda, em uma extensão de 20 metros acima do fundo do mar. A avaria do navio naturalmente se agrava", explicou Quirk.

Havarierter Tanker auf dem Barrier-Reef
Maré negra ameaça coraisFoto: AP

"Autovia do carvão".

Após o acidente, ativistas ambientais fizeram várias acusações contra o governo de Queensland. Ian Herbert, do grupo Capricorn, organização regional de proteção do meio ambiente, afirmou que as autoridades locais permitem que navios a caminho da China tomem um atalho através de um canal entre o continente e os recifes da Grande Barreira de Coral.

Great Barrier Reef
Grande Barreira de Coral é maior organismo vivo da TerraFoto: AP

O caminho através dos corais é o mais rápido em direção à China, disse Herbert. O ativista critica que, durante a operação de cruzamento do canal, as autoridades de Queensland não requerem controle.

O líder dos verdes australianos, Bob Brown, acusou, por sua vez, o governo de ter transformado a Grande Barreira de Coral em uma "rota do carvão". O ativista ambiental Andrew Jeremijenko também declarou a uma emissora australiana que essa catástrofe poderia ter sido evitada.

O governo de Queensland anunciou uma investigação do caso. No momento, tudo está sendo feito para minimizar os danos, afirmou a premiê de Queensland, Anna Bligh. A possibilidade de bombear o combustível, retirando-o do navio, está sendo avaliada, acresceu.

Autor: B. Musch-Borowska (NDR) / C. Albuquerque

Revisão: Simone Lopes