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Inventor do Ano

30 de abril de 2009

Intitulado como "deus do Sol" pela Comissão Europeia e pelo Escritório Europeu de Patentes, o cientista alemão Adolf Goetzberger foi agraciado com o prêmio de Inventor Europeu do Ano de 2009.

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Adolf Goetzberger, considerado pai do uso comercial da energia solarFoto: dpa/picture-alliance

Desde 2006, o Escritório Europeu de Patentes (EPO) e a Comissão Europeia premiam pesquisadores europeus e estrangeiros que se destacaram com invenções patenteadas nas categorias Conjunto da Obra, Indústria, Pesquisa e Inventor Não Europeu.

Pelo conjunto de sua obra, o cientista alemão Adolf Goetzberger recebeu o prêmio de Inventor Europeu do Ano de 2009, nesta terça-feira (28/04), em Praga.

O pesquisador alemão de 80 anos dedicou sua vida ao estudo da energia solar. Em 1981, ele fundou o primeiro grande instituto europeu de pesquisas solares, o Instituto Fraunhofer de Sistemas Energéticos (Fraunhofer ISE), em Freiburg, no sul da Alemanha. Goetzberger foi agraciado em Praga por sua contribuição para o aproveitamento comercial da energia solar.

"O caminho até aqui foi fascinante"

Ao receber o título de Inventor Europeu de 2009, o cientista alemão afirmou que "eu nunca contei minhas patentes, devem ser de 20 a 30". Goetzberger está aposentado, mas mesmo assim continua trabalhando em meio expediente. "Há um ano, eu depositei uma nova patente", afirmou o cientista alemão, cujo trabalho permitiu que as células solares se tornassem uma alternativa convincente para combustíveis fósseis. "O caminho até aqui foi fascinante", declarou.

Solarkraftwerk in Freiburg
Trabalho de Goetzberger aumentou eficiência de células solaresFoto: AP

"Às vezes, eu mesmo me surpreendo com o nosso avanço na energia solar e fico contente de ter vivido o suficiente para poder me alegrar com os frutos do meu trabalho", comentou o cientista, que dedicou os primeiros 25 anos de sua vida profissional à tecnologia dos semicondutores.

Antes de ser convidado a voltar à Alemanha pelo Instituto Fraunhofer, em 1968, Goetzberger trabalhou nos melhores endereços da pesquisa científica norte-americana, com o prêmio Nobel e coinventor do transistor William Shockley em Palo Alto, na Califórnia e nos Laboratórios Bell, em New Jersey.

Instituto Fraunhofer de Sistemas Energéticos

De volta ao país natal, Goetzberger começou também a trabalhar em sua visão de fundar um instituto de pesquisas solares dentro do Instituto Fraunhofer. Ao iniciar seus esforços pela energia solar, em meados dos anos 70, a produção mundial desse tipo de energia era de somente 500 kilowatts, afirmou o EPO.

Em 1981, o cientista instalou o Fraunhofer ISE com somente 18 colaboradores. Segundo o próprio instituto, hoje, é difícil compreender como foi pioneiro o trabalho executado por Goetzberger, na época: "Quando fundei o Instituto Fraunhofer de Sistemas Energéticos, no final dos anos de 1970, a energia solar não era somente desconhecida, como também menosprezada", afirmou.

Ao deixar a direção do Fraunhofer ISE, devido à idade, em 1993, a instituição já se desenvolvera como segundo maior instituto mundial de pesquisas solares, perdendo somente para o Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos EUA.

Atualmente, o instituto conta com 830 funcionários e a Alemanha é o maior mercado mundial de células fotovoltaicas solares. Segundo o EPO, não se pode considerar esse desenvolvimento sem o trabalho – e a persistência – de Adolf Goetzberger.

Trabalho diário apesar da aposentadoria

Fraunhofer Instituts für solare Energiesysysteme (ISE) in Freiburg
Fraunhofer ISE, em FreiburgFoto: dpa/picture-alliance

Justificando a condecoração que deu ao pesquisador alemão, o Escritório Europeu de Patentes explicou que Goetzberger foi um dos precursores das pesquisas sobre energia solar, e seu livro Geração fotovoltaica de energia solar é obra citada por cientistas do mundo todo. No final da década de 70, ele foi responsável por estudos pioneiros sobre coletores concentradores planares fluorescentes para a conversão de energia solar. Tais pesquisas revolucionaram a eficiência dos níveis de geração desse tipo de energia, disse o EPO.

Como o próprio cientista explicou, nos últimos 30 anos, o grau de eficiência das células solares tradicionais de silício aumentou de 5% para 20%. "O melhor grau de eficiência se atinge com células multijunções [funcionam como lentes que concentram energia solar]. Há pouco, em nosso instituto, foi alcançado um novo recorde mundial de 41% de eficiência".

Apesar da aposentadoria, Adolf Goetzberger ainda exerce função de conselheiro do Fraunhofer ISE, trabalhando todos os dias no instituto em publicações e patentes.

Autor: Carlos Albuquerque
Revisão: Augusto Valente