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Polônia: 250 mil nas ruas contra o governo

7 de maio de 2016

Poloneses realizam em Varsóvia maior protesto desde a queda da Cortina de Ferro. Para manifestantes, políticas do partido conservador no poder são antidemocráticas e prejudicam a posição do país dentro da União Europeia.

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O protesto já é considerado pela imprensa local o maior da história da Polônia desde a queda da Cortina de Ferro
O protesto já é considerado pela imprensa local o maior da história da Polônia desde a queda da Cortina de FerroFoto: Reuters/K.Pempel

Cerca de 250 mil poloneses foram às ruas de Varsóvia neste sábado (07/05), em protesto contra as políticas do governo conservador, que, para os manifestantes, são antidemocráticas e prejudicam a posição da Polônia dentro da União Europeia.

O protesto já é considerado pela imprensa local o maior da história da Polônia desde a queda da Cortina de Ferro e foi realizado sob o lema: "Nós estamos e vamos continuar na Europa." Ele foi organizado pelo partido opositor Plataforma Cívica e pelo movimento Comitê para a Defesa da Democracia, conhecido pela sigla KOD.

Os atuais protestos dão continuidade a uma série de manifestações contra as mudanças que deram mais poder de intervenção ao governo, liderado pelo eurocético partido Lei e Justiça, sobre o Tribunal Constitucional Federal, restringindo a independência da instituição, além de terem possibilitado maior controle sobre a mídia e outras instituições.

O movimento para assumir mais controle sobre o judiciário e os meios de comunicação tem dividido a Polônia e posto em alerta a União Europa. Bruxelas lançou um processo inédito para averiguar se as reformas do governo polonês não violariam as regras democráticas do bloco e se não estariam sujeitas a punições.

Manifestantes levaram bandeiras polonesas e da União Europeia para o protesto
Manifestantes levaram bandeiras polonesas e da União Europeia para o protestoFoto: Reuters/K. Pempel

Em 2014, Bruxelas introduziu o mecanismo da "regra da lei", que permite ao bloco investigar se um Estado-membro estaria violando normas democráticas comuns. Se for considerado culpado, o país pode ser excluído das votações da UE. Esse procedimento, no entanto, nunca foi utilizado.

Agitando bandeiras polonesas e da União Europeia, os manifestantes exigiram neste sábado que o partido retire suas mudanças planejadas para a lei de vigilância.

A maioria dos partidos da oposição participou da iniciativa, que contou também com a presença do ex-presidente Bronislaw Komorowski. "Estamos aqui porque queremos lutar pela liberdade e pela democracia", declarou.

Reunidos em frente à sede do governo em Varsóvia, os manifestantes agitavam bandeiras vermelhas e brancas, as cores do país, e bandeiras europeias, gritando slogans pró-UE.

A iniciativa convocada para este sábado surge no mesmo dia em que outra manifestação, a favor do governo, ocorreu também nas proximidades da praça central de Varsóvia. Ela reuniu cerca de 2.500 pessoas.

RPR/ap/rtr