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Poucos alemães em organismos fora do país

rw28 de outubro de 2003

A Alemanha está sub-representada em muitos organismos internacionais, como as Nações Unidas. Sistema de informação e política de incentivo começam a dar resultado.

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Ainda há vagas para alemães na ONU em Nova YorkFoto: AP

A Alemanha tem apenas três representantes no comando de grandes organizações internacionais: Klaus Töpfer, na chefia do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, Horst Köhler, diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), e o recém-eleito Hans-Heinrich Wrede na presidência da Organização para Educação, Ciência e Cultura da ONU (Unesco). As causas para isso são variadas.

Tanto o idioma como o comodismo em deixar o país são empecilhos, mas "também a falta de informação sobre o que acontece no cenário internacional e a carência de uma estratégia efetiva para canalizar pessoal qualificado a postos em organismos internacionais", explica o professor universitário Karl Kaiser, da Sociedade de Política Exterior.

A fim de tentar suprir o déficit informativo foi criada, entre outras, a Iniciativa Berlim, que reúne peritos de diversas entidades com experiência no setor. "Universidades e escolas superiores alemãs precisam dar um caráter mais internacional às suas disciplinas. Por outro lado, é preciso adaptar a política de pessoal nos ministérios e repartições alemãs, para que uma mudança temporária não traga desvantagens ao funcionário. Esta preocupação já existe em outros países, como a Inglaterra, que tem um pool de pessoal qualificado para o mercado internacional", diz Kaiser.

Tendência crescente

Um sistema semelhante implantado na Alemanha começa a dar frutos, constata Claudia Lässing, que trabalha no recrutamento de pessoal da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A economista de 31 anos iniciou a carreira há seis, na Unesco, em Genebra. Segundo ela, a Alemanha está sub-representada na ONU. Para fazer jus ao papel que o país desempenha na ONU, pelo menos mais 20 vagas têm de ser ocupadas por alemães. O problema é que poucos se candidatam, talvez por falta de informação", arrisca Lässing.

Uma vez por ano, é dada a chance aos candidatos de países sub-representados nas Nações Unidas em Nova York de participarem de uma processo seletivo. No ano passado, apenas 216 das 7500 candidaturas foram enviadas por alemães. Dos 85 que fizeram os testes, 11 passaram.

Página do Ministério do Exterior

Recentemente, começaram a dar frutos também os esforços do governo alemão para tornar o trabalho no exterior atraente aos que deixam as universidades. Além de um escritório que centraliza candidaturas a postos no exterior, também a Central de Mediação de Trabalho, em Bonn, e o Ministério das Relações Exteriores se ocupam do problema.

Um dos efeitos deste trabalho pode ser traduzido em números: quase dez mil pessoas visitam a cada mês o pool internacional de empregos do Ministério das Relações Exteriores, onde são mostrados, por mês, cerca de 700 vagas oferecidas por organismos internacionais.