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Presidente do Peru refuta vinculação com a Lava Jato

23 de fevereiro de 2016

Ollanta Humala convoca embaixador do Brasil em Lima e "rechaça" suspeita de envolvimento com pagamentos feitos pela Odebrecht. Segundo PF, Peru poderia ter sido beneficiado por recursos do governo federal.

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Foto: picture-alliance/dpa/P. Aguilar

O presidente do Peru, Ollanta Humala, negou nesta terça-feira (23/02) envolvimento com pagamentos feitos pela empreiteira brasileira Odebrecht. Humala é citado num relatório da Polícia Federal (PF) referente à Operação Acarajé, a 23ª fase da Lava Jato.

O presidente peruano convocou o embaixador do Brasil em Lima, Marcos Raposo Lopes, para expressar "seu rechaço" e solicitar "informações oficiais" sobre o caso, segundo comunicado divulgado pela Secretaria de Imprensa da Presidência do Peru.

Segundo o relatório da PF, uma planilha de gastos de um suspeito com "vínculo empregatício" com a Odebrecht cita o "Projeto OH", que pode se referir a Ollanta Humala, no valor de 4,8 milhões de reais. Ele também é citado numa mensagem registrada no celular do presidente da construtora, Marcelo Odebrecht.

"A se confirmar esta hipótese investigativa, o então dirigente máximo do Peru teria sido beneficiado pelo Grupo Odebrecht e isso, de alguma forma, estaria atrelado aos investimentos feitos pelo governo federal naquele país", diz o relatório assinado pelo delegado da PF Filipe Pace.

Em novembro do ano passado, o Congresso do Peru criou uma comissão para investigar supostos subornos feitos por empresas brasileiras a funcionários públicos peruanos, baseada nas investigações da Lava Jato. A comissão investiga supsotos encontros entre a empresária brasileira Zaida Sisson, mulher de um ex-ministro peruano, e autoridades do governo de Alan García (2006-2011) e do atual presidente.

A Odebrecht manteve contratos bilionários com o governo peruano na última década. A última obra, iniciada na gestão de Humala, foi um gasoduto orçado em 5 bilhões de dólares. O BNDES emprestou 1 bilhão de reais para obras feitas pela Odebrecht no Peru entre 1998 e 2014, segundo relatório divulgado no ano passado.

As suspeitas surgem às vésperas das eleições gerais peruanas, marcadas para 10 de abril. O pleito vai decidir quem será o sucessor de Humala, no poder desde julho de 2011. No Peru, presidentes não podem ser reeleitos para mandatos consecutivos.

KG/efe/rtr/ots