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Presidente egípcio enfrenta sucessão de protestos

7 de abril de 2013

Movimento 6 de Abril promete maratona de manifestações pedindo a saída de Mohamed Mursi do poder. Conflitos entre muçulmanos e cristãos coptas, também contrários ao presidente Mursi, deixam cinco mortos no Egito.

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Foto: Reuters

Policiais egípcios precisaram usar gás lacrimogêneo para conter os manifestantes que tentavam invadir o prédio do Supremo Tribunal, no Cairo, durante protestos neste sábado (06/04) contra o presidente Mohamed Mursi. Os manifestantes – a maioria integrante do Movimento 6 de Abril – atiraram fogos de artifício contra as forças de segurança e jogaram materiais incendiários no edifício.

Canais de televisão mostraram ainda pessoas atirando pedras nos carros blindados da polícia. A manifestação contou com cerca de 500 pessoas, que bloquearam ruas com barricadas de pneus em chamas.

O protesto no Cairo faz parte de uma maratona de quatro dias de manifestações programadas contra o governo islâmico e organizada por ativistas da oposição. "Somos muçulmanos, mas queremos um Estado laico", disse uma manifestante.

Segundo a mídia egípcia, as manifestações ocorreram não apenas no Cairo, mas também em Alexandria e na cidade industrial de Mahalla al-Kubra, no delta do Nilo, e em Sagasig, região de origem de Mursi. Segundo informações da agência de notícias Mena, pelo menos oito pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia, sendo que sete precisaram receber atendimento em hospitais.

Pelo fim do velho sistema

Os protestos ocorrem na ocasião do quinto aniversário da rebelião de trabalhadores em Mahalla al-Kubra. Em 2008, o Movimento 6 de Abril convocou uma greve em protesto contra o regime do então presidente do Egito Husni Mubarak. As manifestações, porém, não obtiveram êxito – a queda de Mubarak viria a ocorrer apenas em fevereiro de 2011.

Demonstration Jugendbewegung des 6. April Ägypten
Protestos contra presidente egípcio ocorrem em várias partes do paísFoto: Reuters

O movimento chegou a apoiar Mursi durante as eleições de 2012. De lá para cá, no entanto, o presidente – apoiado pelo grupo islâmico Irmandade Muçulmana – passou a ser acusado de ser comportar como um ditador.

Assim, os manifestantes insistem que a velha forma de governo, a de Mubarak, ainda não acabou e, por isso, eles precisam continuar lutando pelos mesmos ideais que os levaram a iniciar as ações cinco anos atrás.

Violência entre coptas e muçulmanos

Ainda no sábado, cinco pessoas morreram – quatro cristãos coptas e um muçulmano – e outras oito ficaram feridas em confrontos entre cristãos e muçulmanos em uma cidade no norte do Cairo, segundo informações da polícia do Egito.

De acordo com moradores, a violência teria começado ainda na sexta-feira, quando um grupo de crianças cristãs desenhou no muro de um instituto religioso islâmico. Eles afirmam ainda que uma multidão enfurecida destruiu lojas de cristãos.

Em resposta aos ataques, centenas de coptas protestaram na frente da principal igreja ortodoxa do Cairo neste domingo, após o funeral dos quatro mortos do dia anterior. Eles gritavam palavras de ordem contra o presidente Mursi e enfrentaram a polícia com pedras, que usou gás lacrimogêneo para conter o grupo.

Os coptas respondem por cerca de 10% da população egípcia. Eles reclamam de discriminação diante do governo – acusado de favorecer os muçulmanos.

MSB/afp/dpa/rtr/ap