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Presidente iraquiano visita a Alemanha

(ms)9 de setembro de 2004

O presidente do governo de transição do Iraque, Ghasi al-Yawar, está na Alemanha para uma visita oficial de dois dias. Ele veio pedir apoio para a reconstrução do país e a manutenção da paz na região.

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Presidente Köhler recebe o presidente do Iraque, Ghasi al-Yawar, em Berlim.Foto: AP

A Alemanha pretende continuar apoiando o processo de reconstrução no Iraque, reafirmaram o presidente Horst Köhler e a ministra alemã da Cooperação Econômica, Heidemarie Wieczorek-Zeul, nesta quinta-feira (09/09), durante encontro com o presidente do governo de transição do Iraque, Ghasi al-Yawar, que realiza sua primeira visita oficial ao país.

Um dos temas abordados foi o perdão da dívida externa. O Iraque deve aproximadamente 5,5 bilhões de euros para a Alemanha. Köhler assegurou que pretende interceder a favor de um perdão parcial da dívida no encontro de sexta-feira (10/09), quando os países doadores do chamado Clube de Paris irão se reunir para tratar do assunto.

A dívida total do Iraque ultrapassa os 100 bilhões de euros. Enquanto os governos americano e inglês querem perdoar 95% da dívida do Iraque, a França aceita uma redução de no máximo 50%, tendo em vista as reservas de petróleo do país. Já a Alemanha adotou uma posição intermediária. No momento, o Clube de Paris discute um plano alternativo que prevê o perdão de 50% da dívida seguido de abatimentos escalonados, atrelados ao processo de democratização no Iraque.

Estabilidade na região

O presidente iraquiano frisou que a estabilidade no Iraque é imprescindível para a segurança no Oriente Médio e no mundo. Ele reconheceu que o papel da Alemanha para que a paz e a estabilidade na região sejam alcançadas é "muito importante". Al-Yawar garantiu que as eleições devem ocorrer sem transtornos.

Köhler, por sua vez, disse que a Alemanha continuará participando do programa de formação de policiais iraquianos. Já a ministra Wieczorek-Zeul lembrou que, devido à instabilidade na região, a Alemanha continuará mantendo a decisão de não enviar soldados para ajudar na reconstrução do país.

O Iraque estaria "muito interessado em realizar um trabalho conjunto mais estreito" com a Alemanha, ressaltou al-Yawar, tanto nas áreas de ajuda humanitária quanto na prestação de serviços e na reconstrução do país. "O setor econômico é uma base importante para a contribuição da estabilidade".

Encontro com empresários

Atualmente, apenas 40 firmas alemãs estão sediadas no Iraque. O medo de ataques terroristas e seqüestros ainda é grande. Muitos projetos estão sendo coordenados do exterior. Com o objetivo de atrair um número maior de investidores privados, o presidente iraquiano manteve encontro com empresários alemães na noite de quarta-feira (08/09).

Para um público de mais de 300 pessoas, al-Yawar revelou que mais 230 estatais serão privatizadas, sem, entretanto, apontar datas. Obras de peso, como construção de ferrovias, estradas e oledutos devem impulsionar a economia iraquiana nos próximos anos.

No primeiro semestre de 2004, a economia alemã exportou para o Iraque produtos no valor total de 180 milhões de euros, quase a mesma quantia registrada no ano de 2003. Apesar do crescimento, a participação alemã ainda está longe dos tempos áureos. Em 1982, por exemplo, a exportação alemã para o Iraque bateu o recorde de mais de 4 bilhões de euros.

Durante sua estadia em Berlim, o presidente do governo provisório do Iraque ainda tem encontros agendados com o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, e com o ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer.