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Primeira prova de força no Parlamento

(ef)18 de outubro de 2002

A nova legislatura alemã começou com uma prova de força entre o governo e a oposição: o presidente do Parlamento, Wolfgang Thierse, foi confirmado no cargo com o menor número de votos em mais de 30 anos.

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Wolfgang Thierse (esquerda) recebe flores de Gerhard Schröder (centro), depois de reeleitoFoto: AP

Como manda a tradição, a sessão inaugural do 15º Parlamento da Alemanha, eleito em 22 de setembro, foi aberta com um discurso do deputado mais velho: o ministro do Interior, Otto Schily, de 70 anos. Ele aconselhou seus pares a seguirem a máxima de Goethe: só se encontra a sabedoria na verdade. O velho político já foi advogado de terroristas da extinta Fração do Exército Vermelho (RAF ) e trocou o Partido Verde pelo Partido Social Democrático (SPD), ambos no governo desde 1998.

Otto Schily exortou os deputados a lembrarem-se dos crimes nazistas do século passado e assumirem responsabilidades como políticos europeus. Ele também apelou para que se observe a cultura do respeito recíproco e do diálogo democrático. A discussão política não deve jamais, segundo ele, prejudicar as instituições estatais e sociais.

Reeleição do presidente

Depois do discurso de Schily, os deputados reelegeram o social-democrata Wolfgang Thierse presidente do Parlamento. O político da região da ex-República Democrática Alemã (RDA) teve 66% dos votos, um rendimento ruim considerando que quatro anos atrás fora eleito com 77%. Sua administração foi muito criticada pela oposição democrata-cristã em virtude das multas de milhões de euros que aplicara contra os partidos CDU e CSU por causa do escândalo de doações legais.

Em seu discurso, Thierse se justificou dizendo que, como guardião da lei orgânica dos partidos, teve que tomar decisões desagradáveis, mas fez um balanço positivo do trabalho do Parlamento: "Treze anos depois da queda do Muro de Berlim e 12 anos da reunificação da Alemanha, nós os alemães demos passos largos no caminho da unidade interna".

196 deputadas

Com 603 deputados, dos quais 196 mulheres, o novo Bundestag tem 63 membros a menos do que o anterior. O SPD, presidido pelo chanceler federal Gerhard Schröder, continua sendo a maior força política, com 251 deputados. Por isso lhe coube o cargo de presidente da câmara baixa. O parceiro de coalizão do SPD, o Partido Verde, tem 55 deputados. A segunda bancada maior é a de oposição cristã-social (CDU e CDU), com 248 deputados.

O número de legendas no Bundestag diminuiu de seis para cinco, porque o Partido do Socialismo Democrático (PDS) não conseguiu superar a barreira dos 5% dos votos na eleição de 22 de setembro. Os neocomunistas estão representados no novo Parlamento por apenas duas deputadas. Na Alemanha cada eleitor tem direito a dois votos, sendo um no partido e outro no candidato.