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Primeiro o futebol, depois a política

mw14 de junho de 2002

Fã de futebol, chanceler federal da Alemanha só sairá de casa para compromissos de governo quando juiz encerrar partida na Coréia do Sul. Em carta à nação, Schröder avalia a seleção e dá seus palpites sobre favoritos.

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Aos 58 anos, Schröder ainda mostra intimidade com a bolaFoto: AP

A Alemanha tem em seu chefe de governo seu torcedor número 1. Em carta à nação, publicada em sua página online, Gerhard Schröder avisa que irá acordar cedo, buscar pão, tomar seu café da manhã com a família em Hanôver e depois torcer pela seleção nacional à frente da televisão. A partida de oitavas-de-final contra o Paraguai será transmitida ao vivo para a Alemanha às 8h30.

"Neste sábado, a política terá uma pausa para mim", anuncia o ex-atacante do modesto TuS Talle, no qual sagrou-se cinco vezes artilheiro da liga municipal. Somente depois do fim do jogo, Schröder seguirá de helicóptero para o congresso do sindicato nacional dos metalúrgicos em Leipzig.

Se cumprir sua palavra de torcedor, ele certamente chegará atrasado ao compromisso, pois terá apenas 15 minutos para chegar no horário previsto para seu discurso. Caso o jogo vá para a prorrogação, é possível que os metalúrgicos tenham de aguardar ainda mais pelo líder social-democrata.

Na última terça-feira, quando a Alemanha enfrentou Camarões, só conseguiu acompanhar o segundo tempo, após ter recepcionado o sultão de Brunei.

Favoritos

– O social-democrata avalia, na carta à nação, a situação e o desempenho da Alemanha no mundial do Japão e Coréia do Sul: "Nossas preocupações foram até agora infundadas. A jovem equipe alemã, de grande futuro, apresentou-se nesta Copa do Mundo como unidade altamente motivada. O espírito de grupo e a determinação da equipe são impressionantes. Rudi Völler e Michael Skibbe prepararam o time de forma ótima, a arrumaram inteligentemente e transmitiram a necessária autoconfiança a jogadores sem grande experiência internacional, como Miroslav Klose e Christoph Metzelder."

Segundo o torcedor do Borussia Dortmund, "a equipe alemã ainda não faz parte do pequeno grupo de favoritos deste mundial". E acrescenta: "Estes são, para mim, ainda hoje, as seleções do Brasil, Itália e Espanha, que por sua qualidade e experiência parecem superiores".

Stoiber e Schily

– Candidato a chanceler federal assim como Schröder na eleição federal deste ano, o governador da Baviera, Edmund Stoiber, é outro fã de futebol. Porém, ao contrário do social-democrata, o social-cristão era zagueiro. O fato de a imprensa procurar sempre Schröder quando o assunto é futebol, o irrita.

"Também sou fã de futebol", reclama Stoiber, freqüentador assíduo das partidas do Bayern de Munique na capital bávara. A partida contra o Paraguai o obrigará a de certa forma trair um costume. "Pela primeira vez terei de torcer para que Roque Santa Cruz não faça gols", diz o governador, referindo-se ao atacante de seu clube e da seleção paraguaia.

Tido como pé quente após estar presente no estádio de Shizuoka na vitória da Alemanha sobre Camarões, o ministro do Interior, Otto Schily, não seguiu o exemplo do chefe e não assistirá ao jogo desta vez ao vivo. Ao menos não por inteiro. Às 10 horas, o ministro responsável pelo esporte alemão faz um discurso numa escola na Baviera.