1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Problemas também tendem a se europeizar

Iwona D-Metzner / lk13 de dezembro de 2002

Uma localidade na República Tcheca, próxima à fronteira com a Alemanha, é destino predileto de pederastas alemães.

https://p.dw.com/p/2zh6
Falta de controle nas fronteiras pode favorecer a pedofilia na UEFoto: AP

O Ministério do Interior da República Tcheca admite que existe, sim, prostituição infantil nas regiões fronteiriças com a Alemanha, mas que ela não é organizada. Já a experiência de Cathrin Schauer, assistente social alemã, e Ludmila Irmscher, pedagoga tcheca, é outra. Ambas trabalham há anos para a organização Karo e foram mesmo premiadas pela Comissão de Mulheres do Movimento Europeu da Alemanha por seu engajamento.

Negócio floresce —

Schauer e Irmscher conhecem bem a situação em Cheb, localidade tcheca que fica logo depois da fronteira com a Alemanha, onde atuam como assistentes sociais. A meta inicial do projeto bilateral Karo, criado em 1994, era a prevenção da Aids e de doenças sexualmente transmissíveis entre as prostitutas. "A prostituição infantil no começo não fazia parte do nosso trabalho. Só com o tempo é que fomos notando que a exploração sexual de crianças com fins comerciais desempenha um papel importante na região fronteiriça", explica Schauer.

Elas conhecem as crianças afetadas, sabem que em muitos casos são as próprias famílias que as oferecem a pedófilos, movidas por necessidade financeira. Observam o intenso movimento de homens, que chegam especialmente da Baviera e da Saxônia, anotam placas de carros alemães que chamam a atenção pela freqüência com que circulam na região. Mas ambas têm pouca esperança de que ações desse tipo conduzam a algum resultado: quase sempre faltam às autoridades provas e testemunhas que lhes possibilitem autuar os suspeitos.

Ações inócuas —

O estado da Saxônia, que co-financia o Karo, distribui folhetos informativos na fronteira, buscando conscientizar principalmente os homens para a questão; paga as assistentes sociais, que conseguem pouco mais que uma ação paliativa junto aos menores afetados; busca intensificar a cooperação com a polícia tcheca.

Mas o problema se multiplica. Menores da Eslováquia e de outros países do antigo império soviético são trazidas para a região que agora faz fronteira com a União Européia. Jovens de mais idade, que já se prostituem há mais tempo, iniciam os menores no ofício. Com a ampliação da UE, toda a comunidade terá a ver com o problema, que agora tem caráter teuto-tcheco.