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Procuram-se economistas

(sm)19 de setembro de 2002

A política econômica não é o forte dos jovens deputados alemães. A dedicação a temas sociais costuma ser a porta de entrada na vida política. Isso pode começar a mudar nas eleições de 22 de setembro.

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Debate sobre orçamento público no parlamento alemãoFoto: AP

Os deputados jovens de todas as bancadas do parlamento não têm conhecimentos aprofundados em economia, conforme constata o semanário alemão Die Zeit. "A maioria nem sabe como funciona uma economia nacional", critica Birger Priddat, professor de Economia e Filosofia na faculdade particular de Witten/Herdecke. De fato, o número de deputados formados em Ciências Econômicas no parlamento alemão só chega a 10%.

Economia: "campo minado"

Muitas vezes, o que falta não é apenas a formação econômica, mas também o interesse. Afinal, uma carreira como economista ou especialista em finanças é pouco atraente para jovens deputados. Para o político verde Oswald Metzger, os jovens parlamentares preferem se dedicar a temas mais leves, como política familiar, por exemplo, pois a economia ainda é considerado um "campo minado".

Para o democrata-cristão Hans Bellstedt, o destaque dado aos temas sociais é um obstáculo aos políticos de carreira especializados em economia. Para ele, os programas partidários priorizam as questões sociais, de maior alcance eleitoral, pois pretendem sobretudo ser reeleitos. "Os jovens políticos com competência econômica dificilmente têm chances de carreira na Alemanha", reclama Bellstedt, ex-funcionário da Câmara Alemã de Indústria e Comércio.

Além de árduo e difícil de planejar, o ingresso na política não promete necessariamente uma boa remuneração, sobretudo em comparação com altos postos da iniciativa privada. Os deputados alemães recebem uma indenização parlamentar de 6878 euros (valor bruto) e um suplemento de 3417 euros isento de impostos, para gastos relacionados ao trabalho, inclusive despesas com escritório e assistentes.

Parlamento sem marajás

De acordo com o Departamento Federal de Imprensa, o chanceler federal alemão recebe um salário mensal bruto de 17074,50 euros, além de indenização parlamentar e suplemento salarial de Natal. O salário dos políticos é atraente para professores, que ganham bem menos do que isso, mas não necessariamente para executivos.

No entanto, com as eleições de 22 de setembro, isso pode mudar, conforme investigou uma pesquisa da revista semanal Spiegel. Entre os 160 novos candidatos ao parlamento alemão, há pela primeira vez um grande número de pessoas dos âmbitos financeiro e econômico. A maioria deles está no topo das listas partidárias, com grande chance – portanto – de ingressar no Bundestag.

Para os analistas políticos, isso é uma grande surpresa. Embora considere improvável o ingresso de um maior número de economistas e administradores na política, o cientista político Werner Patzelt, especialista em parlamentarismo, não exclui a possibilidade de os economistas vencerem a concorrência dos professores e juristas. Afinal, diante de uma crise econômica dependente de tantos fatores, conhecimentos específicos sobre economia tornam-se cada vez mais requisitados.