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Prognósticos sombrios para 2003

(am)29 de janeiro de 2003

O governo federal alemão conta com um impulso conjuntural no segundo semestre deste ano. Apesar disto, o prognóstico oficial para este ano é de pouco crescimento e um aumento do desemprego.

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Ministro Wolfgang Clement: perspectivas turvas para o corrente anoFoto: AP

O superministro deu o braço a torcer. Após previsões pessimistas da União Européia e de todos os renomados institutos de pesquisa econômica da Alemanha, também Wolfgang Clement acabou reduzindo a sua expectativa de crescimento do PIB alemão no corrente ano.

No outono setentrional passado, as previsões oficiais ainda falavam de 1,5%. No documento apresentado em Berlim nesta quarta-feira, após aprovação pelo gabinete ministerial, o prognóstico de crescimento econômico foi reduzido para cerca de 1%. A culpa de tal evolução, ressaltou Clement, cabe à insegurança dos investidores e dos consumidores, em face da crise no Oriente Médio.

Déficit orçamentário

Apesar da redução no prognóstico de crescimento econômico, o ministro da Economia e do Trabalho está convencido de que a Alemanha poderá cumprir no corrente ano os critérios de estabilidade do euro, mantendo o déficit do orçamento público abaixo de 3% do PIB. Em 2002, o governo alemão não logrou cumprir tal compromisso: o déficit orçamentário foi de 3,7%, o que gerou sanções por parte da União Européia.

A melhor notícia refere-se à evolução dos preços ao consumidor. Segundo Wolfgang Clement, a inflação na Alemanha está em queda. O custo de vista está tendo uma redução sensível "em decorrência dos aumentos moderados de salários, da retração na demanda e da valorização do euro". O ministro prevê para 2003 uma inflação da ordem de 1,5%.

Desemprego sem solução

O impulso conjuntural esperado para o segundo semestre de 2003 deverá estabilizar a situação no mercado de trabalho, na opinião do governo alemão. Apesar disto, o número médio de pessoas desempregadas será provavelmente maior que o do ano passado: 4,2 milhões, o que representa uma cota de desemprego de 10%. Em 2002, de acordo com os dados provisórios, o número médio de desempregados foi de 4,06 milhões – uma cota de 9,8%.

O aumento estatístico do desemprego médio é justificado pelo governo de Berlim com a situação calamitosa do mercado de trabalho alemão neste início de ano. O esperado começo da recuperação econômica no segundo semestre deverá trazer uma melhora paulatina, segundo Wolfgang Clement. Com isto, o governo federal alemão parte do pressuposto de que, no final do corrente ano, o número absoluto dos desempregados será menor que no final de 2002.

Engajamento conjunto

No documento, o ministro da Economia e do Trabalho ressaltou que a Alemanha está "diante de decisões cruciais na política econômico-financeira". Ele conclamou a um engajamento conjunto da coalizão governamental, da oposição, dos sindicatos e do empresariado para a solução dos problemas existentes. Trata-se, afirmou Clement, de fomentar o crescimento econômico, reduzir o desemprego, garantir a segurança social, sanear as finanças públicas, assim como de "tornar os sistemas de segurança social aptos para o futuro".

Em entrevista a uma emissora alemã de televisão, o vice-líder da bancada oposicionista da União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, admitiu a possibilidade de uma cooperação com o governo na câmara alta do Parlamento – o Bundesrat – para a implantação de amplas reformas, necessárias à recuperação econômica do país. Contudo, afirmou Merz, o Partido Social Democrático (SPD) terá primeiro que fixar internamente a sua própria linha e esclarecer a sua relação com os sindicatos, "que são contrários a uma correção básica necessária da política trabalhista".