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Deficientes auditivos

9 de outubro de 2011

Tecnologia para smartphones desenvolvida por alemães ajuda deficientes auditivos, por exemplo, em consultórios médicos e salas de aula. Ideia é evitar a constante necessidade de intérpretes de linguagem dos sinais.

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VerbaVoice é alternativa para linguagem de sinais
VerbaVoice é alternativa para linguagem de sinaisFoto: AP

O lema da empresa de Michaela e Robin Nachtrab, a VerbaVoice, poderia muito bem ser "a vida com legendas". Usando a tecnologia que eles desenvolveram nos últimos três anos, o casal espera dar aos mais de 300 mil deficientes auditivos e pessoas com surdez que vivem na Alemanha a habilidade de se comunicarem no cotidiano sem uso de linguagem de sinais e sem intérpretes.

Tecnologia pode ajudar deficientes, por exemplo, em visitas médicas
Tecnologia pode ajudar deficientes, por exemplo, em visitas médicasFoto: VerbaVoice/Winkler

A tecnologia desenvolvida por Michaela e Robin usa smartphones para ajudar pessoas com dificuldades auditivas a se comunicarem com outras que não entendem linguagem de sinais.

No consultório médico ou em sala de aula, por exemplo, o usuário pode simplesmente apertar um botão e a voz de quem está falando será transmitida para uma central onde um transcritor regrava o conteúdo palavra por palavra para um programa de reconhecimento de fala treinado especialmente para a sua voz. O software então transcreve as palavras ditas em escritas e as transmite de volta ao smartphone, para que o usuário possa ler.

"Eu diria que estamos tentando criar uma espécie de Google para transcrição", diz Robin. O objetivo é chegar, no ano que vem, a pelo menos 27 mil horas de serviço a deficientes auditivos.

Transformar a ideia em realidade, porém, levou meses de trabalho, pesquisas e dinheiro – que eles não tinham para investir. "Precisávamos de desenvolvedores de programas e equipamentos, que são caros. E é difícil achar pessoas que queiram colocar dinheiro em um negócio que não alcança grandes lucros como outras áreas", conta Michaela. A solução foi encontrar fundos de investimentos em programas sociais e organização não governamentais.

Ajudar a comunicação

"Quando eu tinha 19 anos, eu fiz um ano de trabalho social e fiquei tocada pelas pessoas surdas e com dificuldades de ouvir. Eu vi que é preciso fazer mais para integrar essas pessoas na nossa sociedade e eu quiz fazer algo para vencer estas barreiras", explica Michaela Nachtrab.

Transcrição de linguagem falada em escrita através de VerbaVoice
Transcrição de linguagem falada em escrita através de VerbaVoiceFoto: VerbaVoice/Winkler

Ela passou oito anos ajudando pessoas desempregadas com audição a arrumar um trabalho. "Eu vi que havia muitos problemas, especialmente em conseguir o intérprete certo para os deficientes auditivos no dia certo, no momento certo e no lugar certo", ela disse. "Então eu cheguei em casa e contei a meu marido sobre o problema. E ele disse: 'que tal fazer isso via internet?' E foi assim que tudo começou", conta.

Enquanto o VerbaVoice já vem sendo usado por dezenas de deficientes auditivos na Alemanha, o sistema continua em desenvolvimento. Um usuário precisa avisar previamente antes de usar o software para garantir que o transcritor estará preparado. Michaela e Robin Nachtrab esperam, porém, desenvolver mais para frente o uso de vozes sintetizadas para que, em um futuro próximo, não seja mais necessária a participação de uma terceira pessoa no processo.

"A ideia é, se você fala com uma pessoa mais frequentemente, podemos criar o que é chamado de um perfil de discurso com um modelo integrado de linguagem. Então não será necessário um intermediário, o software reconheceria a voz de alguém que fala ao sistema regularmente e será capaz de transcrever automaticamente", explica Robin Nachtrab.

Autora: Jenny Hoff (ms)
Revisão: Carlos Albuquerque