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Protestos no Egito

4 de fevereiro de 2011

O 11º dia de protestos no Egito foi batizado pela oposição de "Dia da Partida", numa alusão à pressão para a saída do presidente Mubarak. Conselho de personalidades egípcias exige início imediato do governo de transição.

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Milhares de manifestantes contra Mubarak se aglomeram na praça TahrirFoto: AP

Dezenas de milhares de pessoas voltaram a se reunir nesta sexta-feira (04/02) na praça Tahrir, no centro do Cairo, para protestar contra o regime do presidente Hosni Mubarak. A oposição, que batizou o dia de hoje como o "Dia da Partida", pede a renúncia de Mubarak, no poder há 30 anos. Além das tensões internas, o governo também continua sob pressão de países como Estados Unidos e Alemanha.

Um "Conselho de Sábios", formado por personalidades independentes, exigiu de Mubarak que a fase de transição seja iniciada com a transferência de poder ao vice-presidente, Omar Suleiman.

Ägypten Vizepräsident Omar Suleiman
Omar Suleiman, vice-presidente egípcioFoto: picture-alliance/dpa

De acordo com o jornal New York Times, também o governo norte-americano está pressionando Mubarak para que ele passe o poder a um governo de transição.

Lágrimas do imã

Na tradicional oração de sexta-feira, o imã Khaled al Marakbi chorou pelos manifestantes mortos e pediu que o governo enviasse um representante para negociações à praça Tahrir, que se transformou em um dos símbolos dos protestos iniciados há dez dias.

No final da oração, grande parte dos fiéis gritou palavras de ordem contra Mubarak, como "saia, saia". À tarde, o chefe da Liga Árabe, Amr Mussa, se integrou aos manifestantes. Ele não excluiu a possibilidade de se candidatar à eleição presidencial de setembro.

Em entrevista à rede de televisão norte-americana ABC, Mubarak disse que este não seria o momento certo para a renúncia. O ditador de 82 anos afirmou que já esteve por tempo suficiente na presidência do país, mas que, se renunciasse agora, o caos poderia tomar conta do Egito.

Revolution in Ägypten
Criança participa dos protestosFoto: AP

Violência

De acordo com o comitê internacional da Cruz Vermelha, que se baseou em informações recebidas do Ministério da Saúde egípcio, nove pessoas morreram e 900 ficaram feridas na quarta e quinta-feira. A Cruz Vermelha reclama que os serviços de ajuda médica para os feridos foram parcialmente bloqueados.

A alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Navi Pillay, pede uma análise "transparente e imparcial" da violência nas ruas egípcias. Ela se disse especialmente chocada com as cenas dos distúrbios de quarta-feira: a polícia teria estado ausente e o Exército teria fracassado em controlar a situação, gerando "situações trágicas".

Alemanha

O ministro da Defesa da Alemanha, Karl-Theodor zu Guttenberg, solicitou maior apoio aos protestos no Egito. Segundo ele, a reivindicação por mais liberdade, igualdade e democracia seriam legítimos.

Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não podem despertar a impressão de que preferem um regime autoritário a um governo que pode ser escolhido em eleições livres, disse Guttenberg nesta sexta-feira na Conferência de Segurança em Munique.

FC/afp/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer