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Protestos contra reformas

(pc)6 de setembro de 2004

Os tradicionais protestos de segunda-feira contra as reformas do governo serão realizados em mais de 200 cidades alemãs e deverão mobilizar mais 100.000 pessoas.

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Protestos em LeipzigFoto: dpa

O principal foco dos protestos são as grandes cidades do Leste da Alemanha. Em Berlim, haverá duas manifestações, organizadas por diferentes alianças opostas às reformas.

No Estado de Brandenburgo, as manifestações contarão com o apoio da poderosa DGB, a Confederação dos Sindicatos Alemães. Em Leipzig, a marcha de protesto será precedida da tradicional oração na igreja Nikolaikirche.

As manifestações de segunda-feira voltam-se contra o "Hartz IV", como é conhecido o pacote do governo para reformar o sistema de seguro-desemprego. A partir de 1º de janeiro de 2005, haverá uma fusão entre o seguro-desemprego e a ajuda social e os desempregados perderão uma série de vantagens.

De uma forma geral, o pacote do governo reduzirá drasticamente o valor do seguro-desemprego, sobretudo para os desempregados que estão há algum tempo fora do mercado de trabalho.

Da queda do muro à desilusão social-democrata

As manifestações de segunda-feira realizadas em Leipzig em 1989 contra o regime socialista da ex-Alemanha Oriental foram o modelo que inspirou os atuais protestos. As manifestações contam com o apoio parcial dos sindicatos e a adesão de líderes políticos significativos.

Na semana passada foi a vez de Oskar Lafontaine, ex-presidente do SPD (Partido Social-Democrata) e ex-ministro das Finanças do primeiro governo do chanceler Schröder, fazer um acerto de contas com o chefe do governo. Lafontaine qualificou o governo Schröder de mentiroso, hipócrita e traidor dos ideais social-democratas.

As severas críticas de Lafontaine contribuíram para o fracasso do SPD nas eleições para o governo do Estado do Sarre, realizadas neste fim de semana. O partido do chanceler Schröder despencou mais de 13 por cento em relação ao último pleito.

Palco da esquerda e sindicatos

Os protestos de segunda-feira tornaram-se palco para o coro dos descontentes expressar seu repúdio às reformas do governo Schröder. Nesta semana, os protestos terão a presença de Gregor Gysi, ex-presidente do PDS (Partido da Democracia Social) e do deputado Ottmar Schreiner (SPD), do parlamento federal e um dos críticos mais radicais do governo.

O chanceler Gerhard Schröder reafirmou hoje a intenção do governo de manter o curso de reformas definido pela sua "Agenda 2010" que, segundo ele, é a resposta correta aos desafios da globalização.

O presidente da DGB, Michael Sommer, advertiu contra uma cisão no Partido Social-Democrata e pediu uma colaboração mais estreita entre os sindicados e o SPD. Os sindicatos vêm lutanto há vários meses contra as reformas do governo e Sommer afirmou há duas semanas que, caso a reforma trabalhista seja aprovada, retiraria seu apoio ao SPD nas eleições parlamentares de 2006.