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Puma, o felino dos esportes

Tobias Jung30 de janeiro de 2005

Poucos sabem, mas duas grandes concorrentes de roupas e acessórios esportivos já foram uma só empresa. A Puma foi fundada em 1948, depois de passar 24 anos produzindo calçados esportivos na mesma fábrica que a Adidas.

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Os irmãos Dassler começaram juntos um negócio que rendeu duas gigantes concorrentesFoto: AP

Adolf, apelidado de Adi, e seu irmão Rudolf Dassler abriram, em 1924, uma pequena empresa de calçados de pano. Nos os anos seguintes eles aumentaram a produção, fornecendo sapatos, inclusive, para atletas olímpicos. O primeiro reconhecimento de seu trabalho foi através de Jesse Owens, atleta norte-americano vencedor de quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, em 1936. Além dele, muitos outros esportistas usavam calçados dos Dassler. No total foram conquistadas sete medalhas de ouro e cinco de bronze, além da quebra de muitos recordes mundiais.

O nascimento da Puma

A empresa dos dois irmãos caminhava a passos largos. Tão largos que cada um decidiu seguir seus próprios passos. Finalmente, em 1948, cada um criou sua própria empresa: Adi uniu seu apelido ao sobrenome e fundou a Adidas, enquanto Rudolf criou a Puma Fábrica de Sapatos Rudolf Dassler, lançando a Atom, primeira chuteira de futebol da marca e sucesso desde o início. Um ano depois ele mudou sua sede para Herzogenaurach, nos arredores de Nurembergue, onde se encontra até hoje.

Edson Arantes do Nascimento
Pelé usou chuteiras Puma em duas conquistas mundiaisFoto: AP

Em 1962 a fábrica de Rudolf já exportava seus produtos para cerca de 100 países em todos os continentes. As chuteiras Puma conseguiram grande reconhecimento durante a Copa do Mundo de 62, no Chile, e 70, no México, quando o Brasil foi campeão. Pelé foi eleito melhor jogador da competição e usava chuteiras alemãs. Outra inovação da Puma veio em 1968, quando ela se tornou a primeira empresa do segmento a produzir sapatos com velcro.

Na segunda metade da década de 80, a empresa mudou sua política de capitais tornando-se uma Sociedade Anônima (AG), colocando a Puma no mercado de ações das bolsas de Munique e Frankfurt. Em 1991 foi fundada a Puma Internacional, composta inicialmente pelas filiais do Extremo Oriente, Austrália, Espanha, França, Áustria, assim como pela Puma Alemanha.

Felino em crise

"A marca está totalmente fora." "Sapatos e blusinhas estão sendo vendidas a preço de banana nas lojas." "Puma novamente no vermelho." "Três presidentes foram despachados em três anos." "A concorrência americana ganha força e quer tirar a marca das prateleiras, inclusive na Alemanha." Foi com estas frases que o jornal Die Zeit definiu situação da Puma em 1993, período em que a empresa atravessou a pior crise de sua história.

No início da década de 90, a empresa sofreu um corte brutal: 50% do pessoal foi demitido, restando somente 367 funcionários na Alemanha, enquanto a Puma Internacional perdeu 400 dos seus 1100 funcionários. O faturamento caiu, deixando a empresa com 35 milhões de euros de prejuízo.

Jochen Zeitz von Puma
O presidente da empresa, Jochen Zeitz: quadriplicou a arrecadação em dez anosFoto: AP

Atualmente a marca do felino é admirada por crianças, adolescentes e adultos. Atores de Hollywood admitem ser fãs da Puma. Madonna já apareceu usando Puma, sem receber por isso. Até mesmo grandes concorrentes copiam alguns de seus lançamentos. O responsável pela grande reviravolta é Jochen Zeitz, atual presidente da empresa. Em 1993 ele foi chamado com a função de reestruturar a companhia e recuperar sua força no mercado. Em 2002 a Puma mais que quadruplicou sua arrecadação.

Capital estrangeiro e novos mercados

Ainda no início dos anos 90, a Puma conseguiu elevar seu capital em 20 milhões de marcos, chegando a um capital nominal de 70 milhões de marcos. O ano de 1994 foi o mais importante para a empresa, pois foi o primeiro em que ela conseguiu terminar com um saldo positivo desde sua entrada no mercado de ações: lucro de 25 milhões de marcos.

Em 1997 a distribuidora cinematográfica Monarchy Regency Enterprises adquiriu 25% da Puma, tornando-se maior acionista exclusivo da empresa. Um ano depois ela se uniu à norte-americana LogoAthletic, uma fabricante de roupas de esporte e fornecedora de uniformes para a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL).

A partir daí ela passou a fornecer uniformes não somente para nove times de basquete da liga profissional norte-americana, mas também para 13 equipes da NFL, tornando-se uma das quatro empresas que equipam os times.

Crescimento contínuo

A Puma continuou crescendo, ampliando seu mercado e as áreas de atuação. Novos contratos foram firmados com atletas, equipes de diversos esportes e escuderias para o fornecimento de trajes e equipamentos. Três novas marcas foram lançadas, 96Hours, Nuala e Starck, produzidas em parceria com estilistas renomados. A empresa abriu diversas "lojas-conceito" nas principais cidades de seis diferentes países.

A Puma não só elevou seu faturamento, mas também fez do nome uma marca mundialmente conhecida. Os números da empresa também cresceram continuamente. Em 2003 ela fechou o ano com um balanço muito positivo: faturamento de 1,2 bilhão de euros.