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Refugiados do clima

9 de junho de 2009

Agências humanitárias ganham importância com o aumento do número de flagelados dos desastres naturais. Além da discussão científica e política, a Conferência do Clima de Bonn debate a ajuda às vítimas das catástrofes.

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Desastres naturais, como a seca, causam problemas à população localFoto: picture-alliance/ dpa

"O principal motivo, atualmente, que força pessoas a deixarem suas casas é o drama trazido por desastres naturais". A conclusão faz parte de um estudo inédito que será lançado pela Secretaria de Coordenação de Assistência Humanitária das Nações Unidas (Ocha, do inglês) e pelo Conselho Norueguês de Refugiados. Alguns pontos-chaves da pesquisa foram adiantados nesta segunda-feira (08/06) na Conferência do Clima que acontece em Bonn, na Alemanha, até 12 de junho.

Em 2008, 20 milhões de vítimas em todo o mundo tiveram que se mudar devido a catástrofes climáticas. O sul da Ásia foi a região mais atingida. As vítimas da enchente de Santa Catarina, em novembro de 2008, também foram contabilizadas.

Überschwemmungen in Brasilien
Enchentes em Santa Catarina em 2008 atingiram mais de 1,5 milhão de pessoasFoto: picture-alliance/ dpa

"A tendência é que as mudanças climáticas atinjam cada vez mais a população dos países pobres, que, infelizmente, são os mais vulneráveis", adiantou Elisabeth Basmusson, secretária-geral do Conselho Norueguês de Refugiados. Ela chamou a atenção para o contraste entre o número de refugiados do clima e de desabrigados devido a conflitos, que em 2008 foi de 4,6 milhões de pessoas.

O estudo coordenado pela Ocha está em fase de conclusão e deverá ajudar a comunidade internacional a entender e combater o problema, já que as agências de ajuda humanitária afirmam que as estimativas de flagelados do clima ainda não são fiéis à realidade.

Ajuda que vem de longe

Para lidar com esse fenômeno, a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho criaram um conceito de trabalho para as equipes de ação em casos de desastres naturais. A presença da organização foi importante em países como Índia, Bangladesh, Nepal e Sri Lanka, atingidos por ciclones e enchentes nos últimos anos.

"Há alguns atrás, ainda não imaginávamos participar algum dia de uma conferência sobre o clima. Mas nós estamos aqui hoje porque o aquecimento global já está trazendo sérias consequências e uma ação coordenada para ajudar as vítimas das catástrofes é necessária", confessou a representante Madeleen Helmer, da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Apoio para refugiados

Uma das propostas discutidas no congresso em Bonn é a criação de leis internacionais que abordem a questão dos refugiados do clima. A discussão inclui pontos como a criação de fundos financeiros para ajudar as vítimas e o reconhecimento da relação entre os movimentos migratórios e os impactos das mudanças climáticas por parte das autoridades.

"Queremos que esses tópicos fiquem claros na Convenção de Copenhague, por isso estamos trabalhando nesses estudos e em metodologias. A questão humanitária entrou definitivamente na discussão sobre o clima", conclui Elisabeth Basmusson.

Autor: Nádia Pontes

Revisão: Roselaine Wandscheer