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Rússia nega aumento de presença militar na Síria

10 de setembro de 2015

Moscou alega que toda sua assistência militar a Damasco está de acordo com as leis internacionais e defende que Assad deveria ser incluído em qualquer coalizão de combate ao "Estado Islâmico".

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O chanceler russo, Serguei Lavrov
Foto: Reuters/F. Lenoir

A Rússia negou nesta quinta-feira (10/09) ter aumentado sua presença militar na Síria e tentou dissipar a crescente pressão internacional que vem enfrentando nos últimos dias – em função do que os Estados Unidos e seus aliados do Golfo temem ser o prelúdio de uma intervenção no país árabe.

Moscou alega que toda sua assistência militar a Damasco está de acordo com as leis internacionais e que seus efetivos, incluindo especialistas militares, estão presentes em solo sírio há anos. De fato, nunca foi mistério que o Kremlin auxilia o ditador Bashar al-Assad, aliado de longa data, praticamente desde o início da guerra civil.

"Nossa presença militar nunca foi um segredo. Nossos especialistas militares trabalham lá, ajudando o Exército sírio a se adaptar ao nosso armamento. A Rússia não está adotando nenhum passo adicional", disse o chanceler Serguei Lavrov em entrevista coletiva. "A pedido e de acordo com o governo sírio e os governos de outros países da região, se trata de ajudá-los na luta contra o terrorismo."

Porém, nesta semana, fontes libanesas disseram que tropas russas estão começando a participar de operações de combate na Síria e estabelecendo novas bases no país. Segundo fontes americanas, soldados e equipamentos russos estão entrando na Síria por ar e mar.

Segundo Lavrov, nos aviões fretados com destino à Síria, a Rússia envia produção militar em consonância "com contratos vigentes e ajuda humanitária". Mas, devido aos temores de que os aviões transportem armamento e tropas, a Bulgária fechou seu espaço aéreo aos russos nesta semana. Os búlgaros disseram que futuros voos só serão permitidos se sua carga for inspecionada.

Na quarta-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, manifestou preocupação. "Estou preocupado com os relatos sobre o aumento da presença militar russa na Síria. Isso não contribuirá para resolver o conflito", disse, defendendo uma solução diplomática para o conflito sírio.

Os Estados Unidos e seus aliados estão conduzindo uma ofensiva aérea contra o "Estado Islâmico", mas também se opõem a Assad, cujas forças vêm lutando contra uma série de grupos insurgentes.

Lavrov, porém, afirmou que não envolver as forças de segurança sírias na coalizão para combater o EI é um “erro colossal”.

O presidente russo, Vladimir Putin, reconhece que Moscou fornece armamento à Síria e também ao Irã para combater o terrorismo jihadista, mas nega planos de mobilização de tropas ou o uso da aviação para bombardear as posições do EI.

Segundo a imprensa americana, o secretário de Estado americano, John Kerry, manifestou a Lavrov no fim de semana passado sua preocupação sobre uma possível intervenção militar russa no país árabe.

CN/afp/ap/dpa