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Racistas alemães acompanham turcos em viagem à Turquia

21 de março de 2002

No Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, um exemplo de iniciativa que tem tudo para dar frutos positivos numa época em que todos falam em "diálogo intercultural".

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Em fins de março, depois de conviverem durante uma semana na região de Frankfurt, 32 jovens vão partir para a Turquia para conhecer o país e seu povo e visitar entidades que se dedicam ao trabalho com a juventude. A metade dos participantes é composta por jovens de origem estrangeira, alguns dos quais já nascidos na Alemanha. Os demais 16 vêm quase todos do leste da Alemanha e admitem sem rodeios sua simpatia por idéias racistas da extrema-direita.

A viagem, financiada pelo Ministério alemão da Juventude e pela Diretoria-Geral de Juventude e Esporte da Turquia, é uma iniciativa da Obra Juvenil Turco-Alemã. Seu presidente, Hüseyin Ayvaz, defende que os estrangeiros que vivem na Alemanha tomem a iniciativa de combater a xenofobia latente ou manifesta na sociedade e dá o exemplo com seu engajamento.

Já em 1993, quando se desencadeou uma onda de violência contra estrangeiros na Alemanha, ele realizou a primeira viagem de skinheads alemães e jovens de origem turca à Turquia. Os resultados foram muito melhores do que os organizadores esperavam: "A grande maioria dos que participaram da viagem renunciou desde então a qualquer tipo de violência."

Um exemplo especialmente convincente foi o de um rapaz de Rostock, que antes de participar da viagem era xenófobo declarado. Quando ocorreu em Solingen um atentado incendiário contra uma família turca, em maio de 1993, ele foi um dos primeiros a telefonar para Ayvaz para lhe dizer que lamentava o ocorrido. (lk)