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Radicais islâmicos ameaçam segurança da Alemanha

(ef)24 de maio de 2002

Organizações radicais islâmicas representam grande perigo, segundo relatório anual do serviço secreto, divulgado em Berlim, nesta sexta-feira (24). Documento trata também dos radicais de direita e esquerda no país.

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Ministro do Interior, Otto Schily (dir.), e o presidente do serviço secreto, Heinz FrommFoto: AP

O terrorismo islâmico é o motivo de maior preocupação do governo, disse o ministro do Interior, Otto Schily, ao apresentar o relatório. O político social-democrata exortou todos os órgãos de segurança a ficar atentos, mas sem entrar em pânico. Um alarme constante depois de 11 de setembro seria um erro, segundo ele, embora a Alemanha também esteja ameaçada pelos extremistas islâmicos.

Consta no relatório que 3100 pessoas fazem parte dos grupos islâmicos do mundo árabe na Alemanha. Entre elas encontram-se também partidários da organização Al Qaeda, de Osama Bin Laden, responsabilizada pelos atentados de setembro em Nova York e Washington. As autoridades alemãs não conhecem exatamente o número de membros da Al Qaeda no país. Três dos 19 terroristas de 11 de setembro investigados viveram legalmente na Alemanha e não eram ativos em organizações radicais.

O número estimado de membros de todas as 65 organizações de extremistas estrangeiros na Alemanha aumentou levemente em 2001. O serviço secreto calcula que elas somavam 58.800 pessoas em 2000 e agora têm 59.100.

As investigações das atividades dos extremistas islâmicos são muito dispendiosas, por causa de suas estruturas conspirativas, segundo o presidente do serviço secreto, Heinz Fromm. Mas com a verba adicional que o governo colocou à disposição depois de 11 de setembro, ele pôde contratar agentes que falam árabe.

Perigo da direita

– Quanto aos grupos extremistas alemães, o relatório anual do serviço secreto confirma que a extrema-direita continua mais perigosa do que a extrema-esquerda.

Não mudou nada na necessidade de proibir o Partido Nacional Democrata (NPD), segundo o ministro do Interior, porque este é o partido de extrema-direita mais agressivo. O NPD abriga o maior número de skinheads e neonazistas com passagem pela polícia por causa de atos de violência contra estrangeiros, judeus e instituições judaicas. Por isso o governo e as duas câmaras do Legislativo pediram a extinção do partido ao Tribunal Federal Constitucional. A sentença deverá ser ditada até o fim do ano.

Em 2001, haviam 144 organizações e grupos alemães de extrema-direita. Os extremistas de direita diminuíram de 50.900 para 49.700. A quantidade dos predispostos à violência aumentou 7% para 10.400 pessoas, em sua grande maioria rapazes a partir de 13 anos de idade.

Eles cometeram no ano passado 1054 crimes, dos quais 709 atos de violência, sendo 374 contra estrangeiros. A metade de todos os crimes aconteceu na região da ex-Alemanha Oriental comunista, onde vive apenas 22% da população.

Neocomunistas espionados

– O número de radicais de esquerda caiu de 33.500 para 32.900 no ano passado. Entre eles encontram-se 1500 partidários da plataforma comunista do Partido do Socialismo Democrático, o PDS sucessor do PC da ex-República Democrática Alemã. Esses extremistas justificam que o PDS permaneça sob observação dos serviços secretos estaduais, segundo o ministro do Interior.

Os extremistas de esquerda com disposição para a violência somam 7 mil pessoas, das quais 6 mil são qualificadas como anarquistas. Eles são responsáveis por 750 atos de violência, em 2001, entre os quais lesões corporais e atentados incendiários.