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RAG quer assumir maioria da Degussa

(ns)21 de maio de 2002

A RAG e seu maior acionista, o gigante da eletricidade E.ON, têm planos ambiciosos com a Degussa. Só uma pessoa pode atrapalhá-los: o ministro da Economia Werner Müller, que está diante de um dilema.

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Empresa tem sede em Düsseldorf e subsidiárias no BrasilFoto: AP

A empresa alemã de mineração e tecnologia RAG pretende assumir a maioria das ações da Degussa por 3,9 bilhões de euros. A transação, caso se concretize, será uma das maiores fusões da história da Alemanha. "O setor químico ocupará uma posição de destaque na empresa futuramente", disse o presidente da RAG, Karl Starzacher, nesta terça-feira, em Essen, sede da empresa.

A Degussa atua na área de produtos químicos especiais, tem sede em Düsseldorf e subsidiárias no Brasil e em vários países. No Brasil suas fábricas estão localizadas em São Paulo, Americana e Cosmópolis (SP). Com 87.500 funcionários e um faturamento de 15,3 bilhões de euros em 2001, a RAG é uma das 15 maiores indústrias da Alemanha. Fundada em 1969 como empresa de mineração voltada exclusivamente para o carvão, hoje a RAG atua nos setores de energia, química, sintéticos e imóveis. A Degussa, por sua vez, tem 53 mil funcionários e faturou cerca de 13 bilhões de euros no ano passado.

Troca de ações

- O plano é realizar a fusão em duas etapas até 2004, quando a RAG teria 50,1% da Degussa. A oferta é de 39 euros por ação e se dirige à companhia de energia E.ON, segundo maior gerador de eletricidade da Europa, que detém atualmente 64,56% da empresa química.

Como parte do negócio, a E.ON assumiria mais 18,4% da companhia de gás Ruhrgas, cujas ações estão em poder da RAG. Os dois produtores alemães de eletricidade E.ON e RWE são os principais acionistas da RAG, detendo respectivamente 39% e 30% das suas ações.

O "senão" e um ministro em apuros

- Para que a transação possa se concretizar, no entanto, o Ministério alemão da Economia terá que aprovar a fusão da E.ON com a Ruhrgas. A companhia energética solicitou a autorização ministerial para a fusão, uma vez que essa é a única maneira de derrubar o veto do Departamento Anticartel. Este teme que a E.ON domine ainda mais o mercado alemão do gás, em detrimento da livre concorrência e dos consumidores.

Nesta terça-feira (21), foi a vez da Comissão de Monopólios pronunciar-se contrária a que a E.ON assuma a Ruhrgas, o que coloca o ministro Werner Müller, o único no gabinete do social-democrata Gerhard Schröder sem filiação partidária, diante de um dilema.

Tendo vindo da iniciativa privada, ele terá que decidir um assunto de interesse do conglomerado que resultou da antiga empresa para a qual trabalhou como executivo. Müller deverá se pronunciar até julho. Em ano de eleições parlamentares (22 de setembro), uma eventual aprovação da fusão certamente será usada pela oposição em sua campanha contra a reeleição de Schröder.

A RAG não pretende incorporar totalmente a Degussa, asseverou seu presidente. "Queremos que uma boa parte das ações continue em várias mãos, sendo negociadas nas bolsas", disse Starzacher, acrescentando que não serão afetados pelas fusão "os recursos financeiros e a margem de ação" da Degussa.