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Espionagem no trabalho

Agências (rw)26 de março de 2008

Detetives protocolaram atividades de funcionários da cadeia Lidl em alguns estados alemães. Escândalo, revelado pelo semanário "Stern", levou diretoria da rede a cancelar contratos com agências de detetives.

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Detetives registraram em protocolo movimentos dos funcionáriosFoto: picture-alliance/ dpa

Os funcionários de algumas filiais da cadeia de supermercados populares Lidl foram sistematicamente espionados. Segundo informações publicadas nesta quarta-feira (26/03) no site do semanário alemão Stern, os detetives não só protocolaram idas ao banheiro e eventuais relações amorosas entre funcionários, como também julgavam se a pessoa é apta para o trabalho ou se é "introvertida e ingênua". Extratos dos relatórios foram publicados tanto no site como na edição que chega às bancas nesta quinta-feira.

Nesta quarta-feira, um membro da diretoria da rede Lidl admitiu que os funcionários de algumas filiais talvez tivessem sido espionados e pediu desculpas. "No momento, não posso descartar que tenha havido solicitações neste sentido", disse Jürgen Kisseberth, na sede da Lidl em Neckarsulm. A maioria dos relatórios teriam sido feitos nos estados da Baixa Saxônia, Renânia Palatinado, Berlim e Schleswig-Holstein.

"Os detetives foram engajados para, através do uso de minicâmeras, evitar danos ao inventário", acrescentou Kisseberth. Em 2006, cerca de 150 filiais teriam engajado detetives. No ano de 2007, haviam sido registradas diferenças gritantes nos inventários de 8% das filiais da rede na Alemanha. Neste ano, 210 filiais teriam sido vigiadas.

Grave violação à proteção de dados

Kisseberth lamentou que tivessem sido anotadas informações pessoais e acrescentou que "isto de forma nenhuma corresponde à linha da empresa". Ele admitiu ter recebido um relatório sobre as tatuagens de uma funcionária. O fato teria motivado o encerramento imediato do trabalho com o serviço de detetives.

Representantes de vários partidos políticos alemães e sindicalistas manifestaram-se escandalizados com o fato. Segundo a Stern, o encarregado federal de proteção de dados, Peter Schaar, advertiu que "protocolar idas ao banheiro e coisas semelhantes é uma grave violação à lei nacional de proteção de dados", por isso, têm de ser investigados.

Uma porta-voz da secretaria do Interior de Baden-Württemberg (estado onde fica a sede da rede de supermercados) disse nesta quarta-feira que as acusações de espionagem sistemática serão motivo de investigação.