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Rei apoia militares golpistas na Tailândia

26 de maio de 2014

Junta diz que ficará no poder por tempo indeterminado, promete usar a força para conter protestos, se necessário, e garante que levará a tribunal militar cidadãos que cometerem crime de lesa-majestade.

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O general do Exército Prayuth Chan-ocha, ao lado da junta, anunciou ter apoio do reiFoto: Reuters

O rei Bhumibol Adulyadej deu nesta segunda-feira (26/05) seu apoio à junta militar responsável, na semana passada, pelo 12º golpe de Estado desde o estabelecimento da democracia na Tailândia, em 1932.

O anúncio foi feito pelo general do Exército Prayuth Chan-ocha, que esteve à frente do golpe. Ele disse que o chamado Conselho Nacional para a Paz e a Ordem – como os militares nomearam a junta – ficará no poder "indefinidamente", até que uma "democracia genuína" esteja estabelecida.

"Não estou aqui para lutar, e sim para consertar a crise. Mas farei o que for necessário", disse o general, que ameaçou usar a força se preciso. "Vamos voltar para onde estávamos? Se quiserem fazer isso, vou ter que usar a força e impor a lei rigorosamente."

Desde o golpe do último dia 22 de maio, o rei não é visto em público. Protegido pela lei e pela tradição, o monarca vinha se mantendo à margem da crise. Na Tailândia, insultar o rei ou qualquer membro da família real é crime punível com até 15 anos de prisão. Nesta segunda-feira, a junta golpista reiterou que qualquer delito de lesa-majestade será julgado por cortes militares.

A junta militar decidiu intervir após quase sete meses de protestos, nos quais morreram 28 pessoas e cerca de 800 outras ficaram feridas, e ante o risco de violência entre opositores e partidários do governo deposto.

A crise tailandesa teve início com o golpe de 2006, contra o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Hoje, ele vive no exílio nos Emirados Árabes para evitar uma condenação de dois anos de prisão por corrupção.

Thaksin, irmão de Yingluck Shinawatra – ex-primeira-ministra, destituída no começo de maio – e seus aliados ganharam todas as eleições no país desde 2001. Mas, com exceção de uma ocasião, todos os mandatos foram interrompidos por ordens da Justiça ou golpes militares.

Nesta segunda-feira, o general Prayuth Chan-ocha não deu um prazo sobre quanto tempo o Exército ficará no poder, mas disse que espera a realização de eleições "em breve". Seu pronunciamento pode agravar a tensão num país polarizado por quase uma década de rivalidade entre os monarquistas, grupo do qual o general Prayuth é membro, e os apoiadores do magnata Thaksin.

RPR/ rtr/ap/dpa