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Reino Unido autoriza ataques aéreos contra "Estado Islâmico" no Iraque

26 de setembro de 2014

Parlamento aprova por maioria proposta defendida por Cameron, que avisa: campanha militar deve durar anos. Dinamarca, Bélgica e Holanda também anunciam apoio à estratégia de combate aos extremistas liderada pelos EUA.

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Cameron defende a ação contra o EI durante debate no ParlamentoFoto: Reuters/UK Parliament via REUTERS TV

O Parlamento do Reino Unido aprovou nesta sexta-feira (26/09) a participação do país na campanha militar contra o "Estado Islâmico" (EI) no Iraque, liderada pelos EUA. Após quase seis horas de debate, os parlamentares aprovaram a realização de ataques aéreos por 524 a 43 votos.

Os principais partidos políticos aprovaram a ação militar dizendo que "lições do passado", mais especificamente da guerra do Iraque de 2003, haviam sido aprendidas. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que a campanha pode durar anos.

"Tratam-se de terroristas psicopatas que estão tentando nos matar e temos que entender que, não importa se gostamos disso ou não, eles já declararam guerra contra nós", disse Cameron num apelo emocional, lembrando as decapitações executadas pelos jihadistas.

Washington vem tentando formar a maior coalizão possível para destruir o EI, que conquistou grande parte da Síria e do Iraque e declarou um califado islâmico. A Força Aérea Real Britânica se juntará a aviões de guerra dos EUA, da França, da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos, do Bahrain e da Jordânia, que vêm realizando ataques aéreos contra alvos do EI. Espera-se que a participação britânica tenha início nos próximos dias.

Nos últimos ataques, aviões americanos destruíram quatro tanques operados por militantes na Síria e diversos veículos e posições jihadistas no Iraque, segundo o Pentágono. A coalizão liderada pelos EUA também bombardeou refinarias no leste e no nordeste na Síria, onde o EI extrai petróleo para vender no mercado negro, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

O Reino Unido e a França têm hesitado em realizar ataques na Síria, ao contrário dos aliados árabes. "Acredito que haja um forte argumento para fazermos mais na Síria, mas hoje eu não quis trazer à casa uma questão sobre a qual não há consenso", disse Cameron.

Cameron justificou a ação no Iraque como legal pelo fato de o governo iraquiano ter pedido ajuda. Já na Síria, o presidente Bashar al-Assad não solicitou assistência do exterior. Até o momento, nenhum país europeu concordou em realizar ataques na Síria.

Apoio internacional

A Bélgica também aprovou na sexta-feira, por 114 a 2 votos, a participação na campanha militar no Iraque, apesar de temores de que, em resposta, mais terrorismo chegue ao país. Em maio deste ano, um homem atirou em quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas. O suspeito – o cidadão francês Mehdi Nemouche –, foi preso e identificado como um combatente islâmico que havia retornado da Síria.

A Dinamarca também anunciou na sexta-feira que enviará sete aviões, 250 pilotos e equipes de apoio para ajudar a combater os militantes do EI no Iraque, juntando-se à Bélgica e à Holanda, que planejam enviar seis aviões de combate cada. A Holanda também enviará 250 militares e 130 treinadores para as Forças Armadas do Iraque.

A Grécia anunciou que enviará armas para as forças curdas que combatem os jihadistas.

LPF/afp/ap/dpa