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"Right Livelihood" – o Nobel dos esquecidos

JD/am9 de dezembro de 2002

O prêmio Nobel alternativo de 2002 foi dividido entre um ativista do Paraguai, uma organização feminina da Suécia e uma organização juvenil do Burundi. O prêmio de honra foi concedido a um físico australiano.

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Jacob von Uexküll foi o criador do prêmio Nobel alternativoFoto: AP

O nome correto do prêmio Nobel alternativo é "Right Livelihood Award". Com ele, são homenageados todos os anos projetos e pessoas, que mostram "soluções práticas e exemplares" para questões sociais urgentes. A distinção é concedida pela Right Livelihood Foundation, uma entidade criada pelo teuto-sueco Jacob von Uexküll.

Von Uexküll sempre criticou o comitê do prêmio Nobel oficial, por ignorar muitos conhecimentos e méritos em setores alternativos, que são importantes para a sobrevivência da humanidade. A Right Livelihood Foundation visa a preencher tal lacuna.

Energia solar

Este ano, pela primeira vez, o prêmio de honra (sem dotação financeira) foi concedido a um físico "genuíno". O australiano Martin Green foi agraciado pelo seu trabalho pioneiro e de cunho prático no setor da energia solar, desenvolvendo coletores solares com grande potencial para o futuro. Green explica sua invenção: "Aplicamos o material à base de silício sobre placas finíssimas de vidro. Creio que, quando este produto estiver maduro para a comercialização, os coletores custarão em todo o mundo muito menos do que agora."

Jacob von Uexküll considera um escândalo que o prêmio Nobel oficial tenha ignorado inteiramente a pesquisa solar até o momento: "Por exemplo, o trabalho de Martin Green, que sabemos hoje até que ponto ele é importante. E como já disse Hermann Scheer, um dos nossos agraciados de anos anteriores, a pesquisa solar é não apenas interessante e importante do ponto de vista tecnológico, mas também um imperativo sob o aspecto moral. É um sinal extremamente importante, apoiar esta fase de transição através de prêmios."

Três agraciados

O prêmio Nobel alternativo, dotado de dois milhões de coroas suecas (cerca de 200 mil euros), será dividido este ano em três partes iguais, entre um ativista paraguaio, uma organização sueca e um projeto do Burundi.

O defensor dos direitos humanos no Paraguai é Martin Almada. Durante a ditadura de Alfredo Stroessner, seu engajamento foi reprimido através de prisão e tortura. Ele foi agraciado pela sua coragem extraordinária e o empenho permanente pela condenação dos torturadores, assim como pela sua luta em prol da democracia, do respeito aos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável no Paraguai.

A organização sueca "Kvinna till Kvinna" ("Mulher para Mulher") foi agraciada pela ajuda prestada inicialmente às mulheres da Bósnia e que hoje se estende também ao Oriente Médio e à região do Cáucaso. O apoio para auto-ajuda dirige-se sobretudo à reconstrução após conflitos bélicos e ao desenvolvimento de uma sociedade civil justa.

O terceiro ganhador do prêmio é o Centre Jeune Kamenge, do Burundi, cujo trabalho é descrito por Jacob von Uexküll da seguinte forma: "O Centre Jeune Kamenge no Burundi foi a única organização que prosseguiu seu trabalho durante todo o período da guerra civil; todas as outras organizações, especialmente as estrangeiras, abandonaram o país. E este centro ajudou os jovens a encontrar asilo, abrindo seus olhos para o fato de que as pessoas de outras etnias não são inimigas. Este trabalho é exemplar para outros países, onde tais conflitos ocorrem."