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Entrevista

3 de outubro de 2009

Thomas Bach, também vice-presidente do COI, avalia derrotas de Madri e Chicago e elogia opção pela América do Sul. Ele vê na apresentação do Rio modelo a ser seguido por Munique em sua candidatura aos Jogos de Inverno.

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Bach: Copa no Rio é bom trampolim para os JogosFoto: DOSB

Em entrevista à agência alemã de notícias esportivas SID, Thomas Bach, presidente da Federação Alemã de Esportes Olímpicos (DOSB, do alemão) e vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), diz que decisão em Copenhague nesta sexta-feira (2/10) foi uma vitória da universalidade dos Jogos Olímpicos.

Na opinião de Bach, a estratégia brasileira na apresentação da campanha Rio 2016 em Copenhague deve ser seguida por Munique, candidata aos Jogos de Inverno de 2018.

O Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Como o senhor avalia a decisão do COI?

Thomas Bach: Esta foi uma decisão a favor da universalidade dos Jogos Olímpicos. Somos realmente universais no que tange aos membros, mas ainda não o éramos no tocante à organização. Neste ponto a América do Sul era uma lacuna e por isso demos um grande passo na direção certa.

O senhor ficou surpreso com o fato de Chicago ter sido eliminada na primeira votação?

Sim, também para mim foi uma surpresa.

Pode ser que o fator Obama não tenha sido um bônus, mas um ônus?

Não, esta não é uma competição entre chefes de Estado ou de governo. Esta é uma competição entre projetos e ideias para os Jogos Olímpicos, e aqui, com justiça, o Rio comprovou de forma muito simpática que é a hora da América do Sul.

Foi surpreendente que Madri tenha conseguido ir até o final. O senhor credita isso à influência de Juan Antonio Samaranch [espanhol e ex-presidente do COI que, aos 89 anos de idade, em apelo emotivo, pediu que os Jogos fossem concedidos a Madri]?

Não posso olhar dentro das cabeças de meus colegas. A verdade é que Madri apresentou uma candidatura sensacional, isso também foi confirmado pela comissão de avaliação. Eu entendo este resultado desta maneira.

É positivo ou negativo que os Jogos aconteçam dois anos após a Copa do Mundo de 2014?

É positivo, pois a infraestrutura já precisará estar garantida para a Copa. Neste aspecto, o Mundial de futebol pode ser considerado um teste. Os Jogos Olímpicos têm exigências completamente diferentes. Mas a Copa é um bom trampolim, como o próprio Rio já ressaltou.

Que explicação o senhor tem para o fato de Chicago, uma das favoritas, ter conseguido apenas 18 votos na primeira votação? Há quatro anos, Nova York também já havia sofrido uma derrota. Ainda há antiamericanismo no COI?

Não, este não foi um voto contra alguém, e sim um voto a favor do Rio de Janeiro, a favor de um país emergente e seu rápido desenvolvimento e a favor da universalidade dos Jogos Olímpicos.

Munique 2018 participará da próxima votação. A candidatura recebeu força com a decisão em Copenhague?

Munique tem um bom projeto e por isso deveríamos usar a estratégia do Rio para nos concentrarmos nos nossos pontos fortes, para apresentá-los de forma simpática e apaixonada. Assim também teremos boas chances. Não deveríamos olhar tanto para os lados.

RW/sid
Revisão: Alexandre Schossler