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Crise europeia

17 de dezembro de 2011

Enquanto as agências de avaliação de crédito anunciam que outros seis países europeus devem ser rebaixados, britânicos e franceses trocam farpas sobre a situação econômica de seus países.

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O primeiro-ministro britânico Cameron (esq.) e seu vice, Clegg
O primeiro-ministro britânico Cameron (esq.) e seu vice, CleggFoto: dapd

Enquanto os líderes da França e do Reino Unido trocam farpas sobre a situação de suas economias e suas avaliações de crédito, a agência de rating Fitch avisou que em breve deverá rebaixar a avaliação de mais seis países da zona do euro. Na noite desta sexta-feira (16/12), a agência Moody's rebaixou a Bélgica em dois degraus – do Aa1 para Aa3.

"A fragilidade dos mercados com dívidas soberanas está ficando cada vez mais arraigada e não parece que será revertida em um futuro próximo", afirmou a agência em um comunicado, enfatizando a ausência de um fim rápido para a crise da zona do euro.

Mais cedo, a Fitch havia exposto preocupação semelhante e colocou sob perspectivas sombrias os ratings da Itália, Espanha, Irlanda, Bélgica, Eslovênia e Chipre. A avaliação da França foi mantida como AAA.

"A Fitch concluiu que uma 'solução generalizada' para a crise da zona do euro encontra-se técnica e politicamente fora de alcance", afirmou a agência.

Grandes irritações

Enquanto isso, as relações entre a França e o Reino Unido foram novamente estremecidas depois que vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, disse ao primeiro-ministro francês, François Fillon, que suas críticas com relação à economia do Reino Unido eram "inaceitáveis" e que ele deveria "segurar as palavras". Londres reafirmou que Clegg estava "absolutamente certo" e que os comentários de Fillon "não ajudam em nada".

Declarações de Fillon 'não ajudam em nada', dizem britânicos
Declarações de Fillon 'não ajudam em nada', dizem britânicosFoto: AP

Fillon havia dito que as agências de rating pareciam estar mais focadas na administração econômica do que nos níveis da dívida. "Nossos amigos britânicos estão ainda mais endividados do que a gente e têm maiores déficits, mas as agências de rating parecem não ter percebido isso", alfinetou o premiê francês a repórteres.

O ministro de Finanças da França, François Baroin, colocou ainda mais lenha na fogueira ao falar a uma emissora de rádio francesa que "a situação econômica no Reino Unido é muito preocupante neste momento, e que era melhor ser francês do que britânico, em termos econômicos".

Os comentários franceses foram feitos depois de a agência Standart e Poor's ter dito na quinta-feira passada que a França poderia perder sua avaliação, no topo da escala, em conseqüência da crise da zona do euro. Isso desencadeou uma série de críticas por parte dos políticos franceses e de Christian Noyer, presidente do Banco Central do país. Noyer deu a entender que o alvo da agência deveria ter sido o Reino Unido.

"Eles deveriam começar rebaixando o Reino Unido, que tem maiores déficits, assim como maiores dívidas, mais inflação e menor crescimento do que a gente", afirmou Noyer ao jornal Le Telegramme.

As relações entre os britânicos e a zona do euro estão ficando mais tensas desde que o Reino Unido decidiu vetar mudanças nos tratados da União Europeia no encontro europeu na semana passada.

MSB/rts/ap/afp
Revisão: Soraia Vilela