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Fundos soberanos

Henrik Böhme (lk)28 de outubro de 2008

O mais tardar desde que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, passou a exigir que os países da UE criem fundos estatais, intensificou-se o debate sobre os prós e os contras. Afinal, o que são os fundos soberanos?

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A Bolsa de Valores de FrankfurtFoto: AP

O aumento da participação de um fundo estatal chinês no grupo britânico Blackstone; a compra de parte do banco italiano Unicredit pelo Estado líbio; a Espanha querendo intervenção de fundos soberanos de países árabes para financiar o plano destinado a assegurar liquidez aos bancos sediados no país: estas são apenas algumas das notícias das últimas semanas envolvendo fundos estatais, ou fundos soberanos.

O Estado no papel de investidor

Atualmente possuem fundos soberanos (também conhecidos pela sigla SWF, do inglês Sovereign Wealth Fund) principalmente países asiáticos e países petroleiros do Oriente Médio, a Rússia e a Noruega. Eles controlam um patrimônio calculado em 2,5 trilhões de dólares (correspondentes a 1,95 trilhão de euros).

Muitos fundos soberanos – de países árabes, por exemplo – são bem-vistos por empresas do Ocidente como investidores de longo prazo. É o caso da Kuwait Investment Authority, que possui há anos um grande pacote de ações da montadora Daimler.

Desde aproximadamente o ano 2000, os fundos soberanos vêm desempenhando um papel de importância crescente nos mercados financeiros internacionais. Eles pertencem ao Estado e se alimentam dos lucros da exploração do petróleo ou da exportação de cobre ou diamantes. Outra fonte de riqueza dos fundos são superávits em divisas provenientes do comércio ou das reservas dos bancos centrais, por exemplo, na China.

Fundos estatais já existem desde a década de 1950

O maior fundo soberano, segundo o Deutsche Bank Research, é o Abu Dhabi Investment Authority, com um patrimônio presumível de 875 bilhões de dólares, sendo que o emirado nunca divulgou números oficiais. As estimativas variam entre 500 bilhões e 900 bilhões de dólares. Seguem os fundos de pensão da Noruega e de Cingapura, com bem mais de 300 bilhões de dólares respectivamente.

Por terem expandido suas atividades pelo planeta, de uns anos para cá os fundos estatais passaram a atrair cada vez mais as atenções públicas. Surgiu então o debate sobre até que ponto fundos controlados por governos estrangeiros deveriam ser impedidos de investir em empresas de importância estratégica.

Ultimamente predomina, diante da crise do mercado financeiro, a postura de que os fundos soberanos são bem-vindos como apoio a empresas e, principalmente, bancos ameaçados de quebra.

Há motivos para temores?

À medida que a crise financeira foi se acirrando, aumentaram os investimentos desses fundos em bancos de grande porte. O Citigroup, por exemplo, recebeu de Abu Dhabi 7,5 bilhões de dólares; o suíço UBS foi apoiado por Cingapura e por um investidor do Oriente Médio cujo nome não foi divulgado.

Segundo uma análise do DZ Bank, não há até agora nenhum indício de que os fundos soberanos tenham metas políticas ao investir no exterior. O instituto bancário alemão ressalta que os países que possuem fundos estatais estabeleceram recentemente princípios para guiar suas atividades. Grande parte dos fundos soberanos, consta da análise do DZ Bank, compremeteu-se a ter as rendas como metas exclusivas e a não perseguir objetivos políticos. (lk)