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Schröder apela por nova dinâmica no processo de paz

rw17 de fevereiro de 2004

Ao receber o primeiro-ministro palestino em Berlim, Gerhard Schröder apelou aos lados em conflito no Oriente Médio para que voltem a se concentrar no roteiro para a paz.

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Kureia ouviu apelo de Schröder pela reativação do Road MapFoto: AP

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, cobrou de israelenses e palestinos uma "nova dinâmica" no processo de paz do Oriente Médio.

"Somente as negociações diretas podem reativar o plano internacional de paz", disse o chefe alemão de governo ao receber o primeiro-ministro palestino nesta terça-feira (17/02). A primeira visita de Ahmed Kureia à Alemanha na condição de chefe da Autoridade Palestina faz parte de um giro do primeiro-ministro pela Europa.

As atenções estão voltadas para a reunião de palestinos e israelenses na próxima quinta-feira, quando será preparado um encontro entre Kureia e o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon. Na segunda-feira, após visitar o presidente alemão, Johannes Rau, Kureia havia dito que, dependendo dos resultados da conferência preparatória, ele se encontraria com Sharon no final do mês. Inicialmente, a reunião estava prevista para os próximos dias 20 ou 21.

Cumprimento do Road Map: Schröder apelou aos lados em conflito no Oriente Médio para que cumpram o roteiro de paz (Road Map), que prevê a proclamação de um Estado palestino. Para isso, salientou, os palestinos têm de fazer mais para conter o terror na região.

Ao mesmo tempo, o chanceler federal alemão garantiu à Autoridade Palestina que a Alemanha prosseguirá seu apoio, também financeiro, aos palestinos. Por seu lado, Kureia voltou a reclamar da construção, pelos israelenses, de um muro ao redor da Cisjordânia.

"A obra ameaça o plano de paz e a proclamação do Estado palestino", destacou o primeiro-ministro, no cargo há três meses. A legalidade da construção, chamada de "barreira de segurança" pelos israelenses, será analisada pela Corte Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, a pedido da Assembléia Geral das Nações Unidas.

O coro de críticas à audiência, marcada para o próximo dia 23, foi engrossado por Schröder. O chefe do governo alemão não acredita que o fato de levar um problema político a tribunal possa ajudar na sua resolução.

Mauer zwischen Israel und Palästina
O muro na CisjordâniaFoto: AP

Sugestões de Fischer: O muro também ocupou o ministro alemão do Exterior, que retornou de uma viagem a Israel na manhã desta terça-feira. Numa conferência nas proximidades de Tel Aviv, Joschka Fischer apelou ao governo israelense para que corrija seu traçado, para que ele não invada território palestino. "Israel tem o direito de proteger seus cidadãos contra o terror. A União Européia não é contra o muro, e sim seu percurso."

Também o ministro verde apelou a Kureia o fim do terror e da violência no Oriente Médio, ao mesmo tempo em que saudou a disposição anunciada por Sharon, de remover assentamentos judaicos na Faixa de Gaza. Lembrando que "são nossos vizinhos", Fischer salientou a responsabilidade dos europeus em ajudar na resolução do conflito.

O chefe da diplomacia alemã sugeriu uma iniciativa para a modernização do Oriente Médio, com a participação da União Européia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Para que os acontecimentos não se restrinjam à segurança, Fischer defende a criação de uma área de livre comércio entre os países mediterrâneos do Oriente Médio e do norte da África.

Embaixador israelense em Berlim: Shimon Stein criticou a viagem de Kureia pela Europa. O embaixador de Israel na Alemanha considera Kureia um primeiro-ministro fracassado, "que não colaborou no combate ao terror". Ao mesmo tempo, Stein não confia no apoio palestino à criação de dois estados na região, condição prevista no Road Map para acabar com o conflito entre israelenses e palestinos.