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Schröder defende Volkswagen contra planos da UE

(ns)20 de junho de 2002

Em sua cruzada de liberalização dos mercados, a Comissão Européia quer acabar com a influência do Estado nas empresas e a chamada golden share. Em plena campanha eleitoral, Gerhard Schröder foi a Wolfsburg.

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Chanceler alemão Gerhard Schroeder (e) com Klaus Volkert, presidente do conselho mundial de funcionários da VWFoto: AP

Berlim irá se opor aos planos da União Européia de liberalização na indústria automobilística, tornou a frisar o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, na sede da Volkswagen, em Wolfsburg. "Sob minha liderança não haverá alteração da lei da Volkswagen e vamos combater quem queira introduzir essa mudança na Europa", disse o chefe de governo, nesta quinta-feira (20), perante 11 mil funcionários da Volks. A lei da VW seria condição para o sucesso da montadora.

Golden Share

- Há duas semanas, a Corte Européia de Justiça considerou ilícitas cláusulas estipulando a Ação Preferencial Especial. A chamada golden share garante ao Estado direitos especiais de voto em sociedades anônimas. A decisão da Corte foi especificamente contra a participação do Estado francês na Elf Aquitaine.

Os bancos internacionais de investimentos já criticaram várias vezes a "lei da Volkwswagen". Ela data de 1960 e limita a 20% os direitos de voto, mesmo que algum acionista venha a ter porcetangem maior das ações da Volks. Na prática, isso reforça a posição do Estado da Baixa Saxônia, com 18,6% o maior acionista da montadora e dificulta uma incorporação. Muitas empresas alemãs, a Volks entre elas, temem serem engolidas por outras, estrangeiras e maiores.

O comissário de Mercado Interno da UE, Frits Bolkestein, deixou em aberto se a sentença terá conseqüências para a Volkswagen. Mas admitiu que a Comissão irá examinar cerca de 10 casos, inclusive as leis sobre energia na Itália e Espanha.

Influência estatal nunca prejudicou a Volks

- Nas últimas semanas o governo estadual da Baixa Saxônia e o Conselho Mundial dos Funcionários da Volkswagen se pronunciaram contra qualquer alteração. Numa assembléia de fábrica, o presidente do conselho, Klaus Volkert, fez severas críticas ao chefe da bancada democrata-cristã no Parlamento, Friedrich Merz, por exigir a privatização completa da montadora. A influência estatal e um conselho de funcionários com uma posição forte nunca prejudicaram a Volks. Pela garantia dada por Schröder, Volkert conclamou os funcionários a reelegerem o político social-democrata.

UE contra concessionárias

- O chanceler federal criticou ainda os planos da Comissão Européia que visam liberalizar o comércio de automóveis. Até agora, os fabricantes podiam conceder os direitos de comercialização para algumas regiões com exclusividade a certas distribuidoras. A UE quer acabar com essa exclusividade e também com as oficinas autorizadas. O governo alemão rechaça as propostas européias por achar que elas não serão úteis nem para os consumidores nem para as montadoras.

Schröder, que já foi governador da Baixa Saxônia, tem uma relação especial com a Volkswagen e a indústria automobilística como um todo. Nesta quinta-feira aproveitou a disputa com a Comissão Européia para fazer campanha e marcar uns pontos junto aos funcionários da Volks. As eleições parlamentares estão marcadas para 22 de setembro na Alemanha.