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Schröder no Golfo: paz, Irã e negócios

rw28 de fevereiro de 2005

Gerhard Schröder é primeiro chefe de governo alemão a visitar o Kuweit. Na Arábia Saudita, apelou por maior engajamento na paz do Oriente Médio, falou do Irã e incentivou empresários a investirem na Alemanha.

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Schröder é o primeiro chefe de governo alemão no KuweitFoto: AP

Na viagem à Arábia Saudita, encerrada nesta segunda-feira (28/02), o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, conclamou o apoio de Riad no processo de paz do Oriente Médio e explicou os esforços diplomáticos da União Européia para solucionar o impasse em torno do programa nuclear do Irã. "É tarefa de todos evitar a propagação de armas nucleares" disse o chefe do governo alemão em Riad, ao mesmo tempo em que considerou "promissoras" as negociações da Alemanha, Reino Unido e França com o governo de Teerã.

Sem citar diretamente os recentes episódios de violência na região, Schröder pediu compreensão para os interesses de segurança dos israelenses. "Queremos Israel em fronteiras seguras, cuja população esteja protegida de atentados terroristas", assinalou o chanceler federal alemão. O mesmo, segundo ele, vale para os territórios palestinos. "A Alemanha está disposta a ajudar os palestinos na construção da infra-estrutura para a segurança", acrescentou.

Apelo por reformas econômicas e sociais

No Fórum Econômico Alemanha-Arábia Saudita, em Riad, Schröder reiterou seu pedido de que o governo saudita dê continuidade às reformas sociais e apelou por uma maior proteção jurídica e melhores condições para a livre competitividade às empresas alemãs na Arábia Saudita. "Queremos que a economia alemã aumente seu engajamento aqui", ressaltou o social-democrata, ao mesmo tempo em que manifestou o "grande interesse" da Alemanha por investimentos sauditas.

Bundeskanzler Gerhard Schröder trifft am Sonntag (27.02.2005) in der saudi-arabischen Hauptstadt Riad mit Kronprinz Abdullah (r) zu einem Gespräch zusammen.
Gerhard Schröder com o príncipe Abdullah, da Arábia SauditaFoto: dpa

No domingo, Schröder havia se encontrado com o rei Fahd e o príncipe Abdullah. Nesta segunda visita de Schröder a Riad desde 2003, foram assinados acordos econômicos num volume de 18 milhões de euros, nos setores de telecomunicações, consultoria e para a ampliação do aeroporto local. O chefe do governo alemão também manifestou interesses concretos de empresas alemãs em projetos ferroviários e na reconstrução do Iraque.

Lançamento do programa árabe de DW-TV

Na tarde desta segunda-feira, Schröder chegou ao Kuweit, a segunda estação de seu giro de uma semana por sete nações do Golfo Pérsico e Iêmen. Ele é o primeiro chefe de governo da Alemanha a visitar o emirado. Depois de ser recebido pelo premiê, Sabah al-Ahmad, Schröder inaugurou uma termoelétrica a gás da Siemens, que vai gerar 10% da energia produzida no Kuweit.

Schröder in Kuwait Inbetriebnahme Kraftwerk
Chefe de governo alemão inaugura termoelétrica da Siemens em Az-ZourFoto: dpa

A empresa alemã assinou ainda contrato para a venda de transformadores e distribuidores de energia num volume de 70 milhões de euros. Entre outros acordos da área empresarial, está a construção de um centro de formação profissional pela DaimlerChrysler.

Na noite desta terça-feira, o chefe do governo alemão e o diretor-geral da Deutsche Welle, Erik Bettermann, lançam o novo programa árabe da emissora internacional da Alemanha. O programa, de três horas diárias, será transmitido para 20 nações. "Vejo minha visita a este país como a abertura de um novo capítulo nas relações teuto-kuweitianas", assinalou Schröder.

Interesses em armas militares

O Kuweit, com 2,5 milhões de habitantes, é o terceiro maior parceiro comercial da Alemanha na península árabe. As exportações alemãs para o emirado cresceram no ano passado para 1,2 bilhão de dólares.

Outra área de interesse do Kuweit diz respeito à indústria bélica alemã. Tanto o emirado − como outros países do Golfo − está interessado em tanques do tipo Fuchs e em lanchas de alta velocidade made in Germany.

Já a Arábia Saudita havia manifestado interesse por tanques do tipo Leopard, corvetas e um sistema eletrônico para a segurança das fronteiras. Para quase todos estes produtos é necessária uma licença especial de exportação. Até agora, a Alemanha sempre foi muito restritiva com exportações para os países árabes, mas as expectativas são positivas, já que muitos destes projetos são desenvolvidos em conjunto com outros países europeus.

Nesta terça-feira, o chanceler federal alemão prossegue viagem para o Catar. Outras etapas de seu giro de uma semana são Barein, Iêmen, Omã e os Emirados Árabes Unidos.