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Schröder propõe agenda global para segurança e justiça

Paulo Chagas1 de fevereiro de 2002

Antes de discursar na sexta-feira (01) no Fórum Econômico Mundial, em Nova York, o chanceler federal alemão havia se encontrado em Washington com o presidente americano George Bush, no dia anterior.

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Gerhard Schröder no Fórum Econômico MundialFoto: AP

Gerhard Schröder defendeu em Nova York o fortalecimento das instituições internacionais, como as Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Organismos fortes são necessários para resolver problemas globais, disse o chanceler alemão. O processo de integração européia pode servir de modelo para se criar uma "agenda global para a segurança e justiça", na sua opinião.

Os objetivos desta agenda de cooperação global, precisou Schröder, seriam garantir a segurança das pessoas, estimular um verdadeiro livre-comércio e o progresso social, econômico e ecológico. Ao propor o conceito de uma "política interna mundial", o chanceler alemão disse que "precisamos sobretudo é de mais parceria", tanto no âmbito nacional quanto internacional: na economia, na política de segurança, no combate à pobreza e na proteção ao clima.

Privatização da violência

- O Fórum Econômico Mundial oferece a oportunidade de se retomar o diálogo sobre a segurança e a justiça globais. A segurança é o fundamento de uma sociedade solidária. O grande desafio do nosso tempo, na opinião de Schröder, é a privatização da violência em termos de terrorismo. Ele não considera, entretanto, que isto seja uma conseqüência direta da globalização. A luta contra o terrorismo só terá êxito a longo prazo se for travada sob o "signo de uma maior justiça global", ressaltou o chanceler alemão.

Encontro com Bush

– O encontro de Gerhard Schröder com o presidente norte-americano Georg Bush, na quinta-feira (31), transcorreu num clima cordial e amistoso. Bush elogiou a participação alemã na aliança antiterrorista e não criticou a Alemanha, por não querer assumir o comando das tropas internacionais do Afeganistão (ISAF). Schröder explicou os motivos: as Forças Armadas alemães, que comandam no momento as tropas da Macedônia, encontram-se em fase de reestruturação e não têm condições logísticas de assumir mais um papel de liderança.

O presidente Bush abordou a questão das críticas feitas pelos europeus ao tratamento dispensado aos prisioneiros talibãs na base cubana de Guantánamo. Ele assegurou que os prisioneiros estão sendo bem tratados, no que Schröder concordou. Em relação ao Oriente Médio, o chanceler alemão afirmou ter tido a impressão de que os Estados Unidos não descartaram o presidente palestino Iassir Arafat.

Ampliação da OTAN

– A Alemanha não irá se opor à admissão dos três países do Báltico (Lituânia, Estônia, Letônia) na OTAN, a aliança militar do Ocidente, disse Schröder. A decisão será tomada no mês de novembro. Ambas as partes concordam também que a Rússia passe a participar de certas decisões da aliança, a partir do próximo ano.

A delegação alemã ficou lisonjeada com a participação no encontro de Condoleeza Rice, a assessora de segurança de Bush, além do vice-presidente, Dick Cheney, e do Secretário do Exterior, Colin Powell. Do lado alemão estiveram presentes o novo assessor de política exterior de Gerhard Schröder, Dieter Kastrup, e o embaixador alemão em Washington, Wolfgang Ischinger.