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Schröder quer uma mulher na Presidência

Estelina Farias6 de janeiro de 2004

A cinco meses da eleição presidencial alemã, inflama-se o debate sobre possíveis candidatos. Chefe de governo Schröder admite apoio dos social-democratas a uma candidatura oposicionista, desde que seja de uma mulher.

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Presidente da CDU, Angela Merkel, tem planos diferentesFoto: AP

Além da data da eleição indireta, no dia 23 de maio, está definido de antemão que o sucessor do presidente Johannes Rau será o candidato das legendas irmãs União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU), porque juntas dispõem de maioria no colégio eleitoral. Este é o motivo pelo qual o presidente Rau não se candidatará à reeleição. O seu Partido Social Democrata (SPD), presidido pelo chanceler federal, Gerhard Schröder, não teria condição de eleger um candidato próprio nem que este contasse com todos os votos do parceiro de coalizão de governo, o Partido Verde. O cargo de chefe de Estado alemão é meramente decorativo mas muito disputado entre os partidos.

Rita Süßmuth
Rita Süssmuth

A CSU apóia abertamente uma eventual candidatura de Wolfgang Schäuble, ex-presidente da CDU e especialista do partido em política exterior. Mas Schäuble ainda não se decidiu. Outro democrata-cristão cogitado para a Presidência da República é o ex-ministro do Meio Ambiente, Klaus Töpfer, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O presidente da CSU, o governador da Baviera, Edmund Stoiber, descarta a possibilidade de ser candidato.

Tática golpista

- Sem condição de impor um candidato social-democrata ou verde, Schröder já deixou claro que o seu partido tende a desistir de uma candidatura própria, caso as legendas gêmeas CDU e CDU apresentem uma mulher para a Presidência da República. É chegado o momento de o mais alto posto da nação ser ocupado por uma mulher, diz o chefe de governo.

O verdadeiro motivo da intenção de Schröder, aparentemente de caráter feminista, é livrar-se de uma forte concorrente. Na realidade, Schröder gostaria que a presidente da CDU e líder da bancada conjunta da CDU-CSU, Angela Merkel, fosse eleita presidente da Alemanha, pois assim deixaria de disputar com ela o cargo de chefe de governo na próxima eleição parlamentar.

Mas a dinâmica política da região da ex-Alemanha Oriental, comunista, tem outro plano: ela quer suceder o próprio Schröder na chefia do governo, através do pleito de 2006, no mais tardar. E as chances da líder oposicionista nunca foram tão boas como agora, em virtude das impopulares reformas sócio-econômicas do governo.

O presidente do Partido Verde, Reinhard Bütikofer, disse, por sua vez, que deputados de sua legenda votariam a favor da deputada da CDU Rita Süssmuth, que foi presidente do Parlamento federal quando o seu partido governou a Alemanha em coalizão com a CSU e o Partido Liberal, até a ascensão do SPD e dos verdes ao poder em 1998. Na opinião de Bütikofer, Klaus Töpfer também poderia ter votos dos verdes.

Os liberais também cogitam apresentar um candidato próprio, mas o problema é que não têm um nome com a estatura política e moral que o cargo exige. O nome mais cogitado é o do seu líder no Parlamento em Berlim, Wolfgang Gerhardt. Suas chances são nulas, pois o Partido Liberal dispõe de um número reduzido de votos no colégio eleitoral e Gerhardt é um político desprovido de carisma.