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Schröder apóia liberalização de pesquisa com células-tronco

(ms)14 de junho de 2005

O chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, afirmou ser favorável à liberalização das pesquisas com células-tronco, alegando seu potencial terapêutico. Declaração gera controvérsia no país.

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Chanceler espera que Alemanha acompanhe tendência internacionalFoto: AP

O chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, quer tornar mais flexível a rígida lei sobre a pesquisa com células-tronco no país. Nesta terça-feira (14), Schröder ressaltou que a Alemanha não pode ficar na contramão da tendência mundial, limitando a pesquisa genética e afirmou que é preciso liberalizar a pesquisa de células-tronco, a exemplo do que já fazem países como o Reino Unido.

Schröder salientou o enorme potencial terapêutico da biotecnologia para o desenvolvimento de novos medicamentos. "Enquanto existir a chance de amenizar a dor e de lutar contra doenças ainda incuráveis, temos a obrigação de fazer uso desta pesquisa", afirmou.

Dez projetos

A lei vigente, aprovada pelo parlamento alemão em 2002, proíbe a clonagem de embriões e prevê a pesquisa com células-tronco embrionárias, desde que tenham sido obtidas antes de 1º de janeiro de 2002. Toda pesquisa precisa ser especialmente autorizada.

Atualmente, apenas 10 projetos de pesquisa com células-tronco humanas estão em andamento no país. A primeira autorização foi concedida em dezembro de 2002 para o médico Oliver Brüstle, da Universidade de Bonn, que, agora, com um novo projeto, está investigando neurônios humanos em células-tronco de embriões, visando o futuro tratamento de doenças como Alzheimer.

Opiniões divididas

Vaterschaftstest im Genlabor
Foto: dpa

De acordo com uma recente enquete realizada na Alemanha, 40,6% dos alemães são favoráveis à uma legislação menos rígida de controle da biotecnologia no país. Cerca de 28% são contrários e o restante não soube se posicionar.

Enquanto os alemães em sua maioria são favoráveis à liberalização da pesquisa com células-tronco, a opinião entre os políticos é bastante controversa. O Partido Verde é radicalmente contra qualquer alteração na lei vigente. Para Reinhard Loske, vice-líder dos Verdes, a legislação alemã é adequada por dosar de forma equilibrada a exploração de novas chances e as restrições éticas pertinentes à tecnologia genética.

Os partidos de oposição CDU/CSU também rechaçam qualquer mudança na lei. Já boa parte do SPD, partido governista, teceu críticas ao chanceler. René Röspel, que preside a comissão parlamentar "Ética e Direito da Medicina Moderna" garantiu que não há motivo para desencadear um novo debate a respeito do assunto na Alemanha.

O ministro da Economia, Wolfgang Clement (SPD), por sua vez, exigiu recentemente maior liberdade em relação à pesquisa de células-tronco no país, lembrando que o conglomerado farmacêutico Schering transferiu todo seu setor de pesquisa para o Japão. "São cerca de 500 ou 600 postos de trabalho que fazem falta na Alemanha", acentuou o ministro.

Fins terapêuticos

Apenas o Partido Liberal apóia sem restrições a posição de Schröder. O secretário de Justiça do Estado da Renânia Palatinado, Herbert Mertin, criticou duramente os que são contra a liberalização da pesquisa biogenética. "Como é possível atacar de modo tão leviano uma pesquisa que pode salvar vidas humanas e que no resto do mundo já apresenta avanços significativos?"

No Brasil, a lei de Biossegurança aprovada em março de 2005 proíbe a clonagem humana e de células-tronco embrionárias, mas permite a pesquisa de embriões que estejam congelados há mais de três anos em clínicas de fertilização.