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SeaWorld promete acabar com show de orcas

10 de novembro de 2015

Parque em San Diego anuncia que apresentações serão substituídas por novo modelo, mais próximo ao comportamento natural dos animais. Ativistas criticam há anos o tratamento dado às baleias no cativeiro.

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Foto: Reuters/M. Blake

O parque SeaWorld de San Diego, nos EUA, anunciou que planeja acabar com seu famoso e controverso show de orcas. A atração deve seguir até o final de 2016, quando será substituída por outra em mais sintonia com o "comportamento natural" dos animais, disse o diretor da empresa, Joel Manby, nesta segunda-feira (10/11).

Com o número de visitantes em queda, o parque enfrenta há alguns anos duras críticas sobre o tratamento que os mamíferos marinhos recebem no cativeiro. O anúncio veio também na esteira de um terceiro trimestre ruim para as finanças do SeaWorld.

Ativistas de direitos animais, que pressionam a empresa pelo fim da exibição pública das chamadas baleias assassinas, consideraram o anúncio nada além de uma fachada para tornar o show com os animais mais aceitável por parte do público.

A mudança, revelada numa reunião da empresa com investidores, vem logo depois de uma decisão de fiscais da Califórnia, que barraram, no mês passado, o SeaWorld San Diego de continuar a reproduzir as orcas sem um plano de expansão do seu habitat artificial.

Nova experiência

Como disse Manby, 2016 será o último ano da "experiência atual com orcas", em que os animais executam vários truques ao comando dos treinadores. Um dos destaques desse show tem sido o pulo da orca, que desencadeia respingos nas primeiras filas de espectadores na arena Shamu Stadium, nomeada em homenagem à baleia original das performances do SeaWorld na década de 1960 e início dos anos 1970.

"Em 2017, vamos lançar uma nova experiência, com tema de conservação e num ambiente mais natural", disse Manby, acrescentando que os planos foram baseados nas pesquisas que o parque fez com seus visitantes. "Eles querem uma experiência que mostre o que os animais fariam na natureza", disse. "Lá, eles pulam, eles mergulham."

Manby não entrou em detalhes, dizendo apenas que haveria menos teatralidade. "O show vai incluir mensagens sobre conservação e dicas para os hóspedes fazerem algo pelas orcas na natureza", diz um comunicado da empresa à imprensa.

Não foram mencionadas mudanças no show de orcas nos outros dois parques aquáticos da empresa, em Orlando, na Flórida, e em San Antonio, no Texas.

Efeito Blackfish

O SeaWorld tem enfrentado críticas e quedas na receita desde o lançamento do documentário Blackfish, em 2013, que mostrou o cativeiro e a exibição pública de orcas como intrinsecamente cruel.

O filme também explorou as circunstâncias que levaram à morte de um treinador experiente do SeaWorld em 2010. Ele foi puxado para debaixo d'água e afogado por uma orca com a qual ele já havia se apresentado na Flórida.

Desde o incidente, treinadores não foram mais autorizados a entrar na água com as orcas durante as performances no parque.

A empresa tem procurado combater a publicidade negativa vinda do Blackfish com uma ação vigorosa de relações públicas, que destaca o papel do parque na pesquisa de mamíferos marinhos e no resgate e reabilitação de animais selvagens.

Um projeto de expansão do parque, porém, não foi bem aceito pelos opositores, que defendem a reintrodução das 11 orcas pertencentes do SeaWorld à natureza. No total, o parque tem 24 orcas em suas três unidades.

"Um fim para as performances circenses do SeaWorld é inevitável, mas é justamente o cativeiro que nega às orcas a oportunidade de terem comportamentos naturais, que são fundamentais para elas", afirma Bem Williamson, diretor da organização People for the Ethical Treatment of Animals (PETA).

AF/dpa/rtr