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Segurança da Copa terá auxílio de mais de 200 policiais estrangeiros

Fernando Caulyt19 de maio de 2014

Reforço internacional seguirá padrão de megaeventos esportivos e, sem porte de armas, se limitará a auxiliar forças brasileiras dentro e fora dos estádios. Entre possíveis atividades, monitorar torcedores violentos.

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Foto: Getty Images

A partir de junho, mais de 200 policiais estrangeiros desembarcarão no Brasil para reforçar a segurança das cidades-sede e, eventualmente, auxiliar torcedores de outros países durante a Copa do Mundo. O reforço internacional em segurança, comum em megaeventos esportivos, vai atuar dentro e fora dos estádios.

Os policiais estrangeiros – que estarão fardados com uniformes dos seus países de origem – vão acompanhar o deslocamento de atletas e técnicos e, também, auxiliar no contato com torcedores. Eles poderão ajudar, por exemplo, na identificação de cartazes de incitação ao racismo ou à violência em outros idiomas e no monitoramento de brigas entre torcedores de suas seleções.

Parte dos policiais estrangeiros deverá ficar dentro e nas proximidades dos estádios, e a outra em três centros integrados de comando e controle, de inteligência e antiterrorismo localizados em Brasília e no Rio de Janeiro. Desses locais, os estrangeiros poderão checar os antecedentes criminais de torcedores e turistas nos bancos de dados de seus países de procedência.

Além dos 31 países que enviam suas seleções para a Copa, o reforço policial internacional contará também com 15 países cujas seleções não se classificaram para o evento, mas são consideradas estratégicas pelo Brasil para a segurança do Mundial. Entre eles estão Israel, Cuba e China, além de países fronteiriços, como Peru, Bolívia e Venezuela.

Sem poder de polícia

De acordo com o Ministério da Justiça, cada país cuja seleção foi classificada para a Copa poderá enviar sete membros de suas forças de segurança para o evento. Já as nações que não classificaram suas seleções devem mandar três policiais. Os policiais estrangeiros – que vão atuar em conjunto com policiais federais brasileiros que falem inglês – terão a função auxiliar e não vão ter poder de polícia nem portar qualquer armamento.

A participação de forças de segurança estrangeiras é comum em megaeventos internacionais e já foi colocada em prática, por exemplo, na Eurocopa realizada na Polônia e Ucrânia (2012); e nos Mundiais da África do Sul (2010) e da Alemanha (2006).

Symbolbild Deutschland im Fadenkreuz Terrorismuswarnung
Alemanha vai enviar sete policiais para acompanhar torcedores e a seleção alemãFoto: picture-alliance/dpa

De acordo com o Ministério do Interior alemão (BMI), mais de 570 policiais de 13 países europeus participaram da ação de segurança e deram "dicas decisivas" sobre os torcedores de seus países à polícia alemã durante o Mundial de 2006.

O BMI informou que os policiais que serão enviados ao Brasil são especialmente treinados e têm experiência com hooligans e outros possíveis torcedores violentos que atuam na Alemanha. Além disso, eles pretendem dividir suas experiências e conhecimentos com os colegas brasileiros. "Os policiais vão ser interlocutores dos torcedores alemães nas cidades-sede", diz a nota.

Além de atuar nas 12 cidades-sede, os policiais estrangeiros também serão utilizados como representantes de seus países em Brasília. No Brasil, durante o Mundial, estarão presentes também representantes da Interpol, Ameripol e da ONU. O valor total da operação da cooperação policial internacional ainda não foi confirmado pelo governo federal.