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Afeganistão

10 de maio de 2009

Angela Merkel recebe presidente afegão, Hamid Karzai, em Berlim. Segurança é um dos principais temas da agenda, já que é cada vez maior a pressão sobre ambos os governos para melhor controle da situação no Afeganistão.

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Karzai e Merkel em BerlimFoto: AP

Neste domingo (10/05), a chefe de governo alemã, Angela Merkel, recebeu o presidente afegão, Hamid Karzai, na chancelaria federal em Berlim. Segundo o governo alemão, as conversas trataram de relações bilaterais, reconstrução e temas regionais.

Um dos principais temas da agenda foi a segurança no norte do Afeganistão, onde estão estacionados soldados alemães. A situação piorou bastante nas últimas semanas. Na quinta-feira (07/05), quatro rebeldes foram mortos durante tiroteio com soldados alemães, próximo à cidade de Kunduz.

O presidente afegão sofre agora forte pressão por parte dos países que participam da missão militar contra os talibãs. Karzai é criticado pela falta de progresso em garantir a segurança do país e também no combate contra a corrupção e o plantio de drogas.

Erros do passado

Pouco antes da chegada de Karzai na Alemanha, a comissária europeia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, aumentou a pressão sobre o governo afegão. Na edição deste sábado (09/05) do jornal Berliner Zeitung, Ferrero-Waldner declarou que o governo de Karzai deve mostrar de forma mais enfática que "está engajado em levar o país para frente, em formar um aparato administrativo e em combater a corrupção".

A comissária europeia acresce que, no Afeganistão, "erros foram cometidos no passado". Ferrero-Waldner exigiu dos países ocidentais uma melhor coordenação da ajuda militar e civil para o país.

Pressão dos talibãs aumenta

Afghanistan Karte mit Herat Masar-iScharif und Kundus
Kunduz e Masar-i-Sharif têm bases alemãsFoto: AP GraphicsBank/DW

Com vista à recente evolução da situação no Afeganistão, a Associação dos Militares das Forças Armadas Alemãs (DBwV) fala agora que há uma nova situação na região.

No jornal Neue Osnabrücker Zeitung, o presidente da associação, Ulrich Kirsch, afirmou que o fato de os talibãs agirem mais taticamente e conseguirem manter-se em combate por mais tempo leva à necessidade de agir. "A pressão dos talibãs, principalmente na região ao redor de Kunduz, está cada vez mais forte", afirmou Kirsch.

Ao comentar a notícia do tiroteio entre talibãs e soldados alemães, o porta-voz de política externa do partido A Esquerda, Norman Paech, declarou que "enquanto as Forças Armadas Alemãs se envolvem mais profundamente no conflito do Afeganistão, o presidente Karzai tenta assegurar seu poder com 'senhores da guerra' como Mohamad Qasim Fahim, Abdul Rashid Dostum e outros candidatos questionáveis. Nessa base, o país não poderá ter futuro nenhum", afirmou Paech.

O mesmo vale para uma série de outras personalidades duvidosas, que participarão da campanha política de Karzai para a eleição presidencial no segundo semestre deste ano, acresceu Paech.

Pressão para aumentar engajamento

O encontro deste domingo em Berlim, no entanto, não serviu somente para aumentar a pressão sobre Karzai. O presidente afegão veio também pedir maior engajamento alemão no Afeganistão, a exemplo do que fazem os EUA ao anunciarem o aumento de tropas da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão).

Na semana passada, o Pentágono anunciou a chegada do reforço às tropas norte-americanas no Afeganistão. O presidente Barack Obama pretende enviar mais 17 mil soldados e 4 mil instrutores para ajudar no combate aos talibãs e ao Al Qaeda. Com isso, Obama aumenta também a pressão sobre os parceiros

Segundo observadores políticos nos EUA, em breve o governo de Berlim se confrontará com a questão de que, se não ampliar consideravelmente seu engajamento militar no Afeganistão, não será mais levado a sério como parceiro na luta contra o terrorismo e na reconstrução do país.

Após o encontro de Merkel e Karzai neste domingo em Berlim, a chanceler federal alemã prometeu que a Alemanha vai se engajar mais fortemente no treinamento de forças de segurança afegãs. Além disso, Merkel não prometeu nenhuma ajuda adicional. "A Alemanha faz o que pode", declarou.

CA/ap/dpa

Revisão: Alexandre Schossler