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Sem brilho, Leverkusen é o primeiro finalista

Marcio Weichert6 de março de 2002

Irreconhecível, Colônia jogou de igual para igual, mesmo com um a menos. Erros individuais foram fatais. Classificação do Leverkusen para a final só foi decidida na prorrogação.

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Schneider é agarrado por Kirsten na comemoração do gol que garantiu a classificaçãoFoto: AP
A Copa Alemanha já tem seu primeiro finalista. É o Bayer Leverkusen, que também lidera o Campeonato Alemão. Vencedor da copa em 1993, o clube derrotou, na noite de terça-feira, o rival vizinho Colônia por 3 a 1 na prorrogação. Foi uma vitória suada, como já era esperado.

Em pleno BayArena, a fiel torcida do Colônia se fez mais forte que a dos anfitriões e, assim como sua equipe, esqueceu temporariamente os tristes dias vividos no Campeonato Alemão, no qual amarga a última posição. Disposto a salvar a temporada, o Colônia encarou de cabeça erguida o líder da Bundesliga, dificultando a classificação do favorito.

Com uma garra jamais vista em toda a atual temporada, o time do Colônia poderia até mesmo ter vencido a partida, pois criou situações para isto. E não teria sido injusto. Mas alguns de seus jogadores, em atitudes individuais, puseram tudo a perder.

Erros decisivos

– Aos 15 minutos do segundo, o zagueiro suíço Zellweger cortou um cruzamento com a cabeça. Para seu azar, a bola foi para o fundo do próprio gol. Aos 31, o atacante búlgaro Donkov, que entrara 10 minutos antes, chutou a canela de Ballack na frente do juiz e foi expulso.

O treinador do Colônia, Friedhelm Funkel, não se deu por vencido e pôs dois novos atacantes em campo, fragilizando seu meio-campo. Mas era tudo ou nada. Já Klaus Toppmöller optou por segurar o resultado, tirou o centroavante búlgaro Berbatov e reforçou a defesa com o lateral direito croata Zivkovic.

Pouco antes de o juiz apitar o fim do jogo, o esforço do Colônia se viu recompensado. Após um escanteio, o camaronês Song raspou com a cabeça na bola, quase sem alterar seu rumo, o que confundiu o goleiro Butt. Zé Roberto ainda tentou salvar, chutando a bola para fora da área. Mas era tarde demais. A bola já havia ultrapassado a linha do gol.

Prorrogação

– Assim, Toppmöller se viu obrigado a recolocar um atacante na equipe e trouxe o veterano Kirsten para a prorrogação. Aos 10 minutos, Zivkovic recebeu na direita, avançou para a área, cortou para a esquerda e fuzilou com a canhota. A bola passou entre as pernas de dois jogadores, pegando o goleiro Pröll de surpresa, sem tempo para reagir. Desta vez, apesar da vantagem no marcador, o Leverkusen não recuou, apesar da pressão do Colônia.

Os lanternas da Bundesliga só arrefeceram, após Cullmann entregar o jogo, aos 9 do segundo tempo. Último homem, o alemão tentou, no meio do campo, driblar Schneider, que com determinação facilmente tomou a bola e disparou com ela. Já na área adversária, fez uma finta, deixou o goleiro no chão e pôde com tranqüilidade rolar a bola para o gol.

Quando o juiz encerrou a partida, o Leverkusen mal teve ânimo de comemorar a classificação. Os jogadores mostravam apenas alívio e cansaço, enquanto os do Colônia estavam entre estarrecidos e conformados. Ao menos, desta vez não saíram vaiados por sua própria torcida, mas aplaudidos.

Comentários

– "Não é preciso terem compaixão da gente. A sobrecarga é enorme, mas temos o programa que queremos", declarou o meio-campista Ramelow, referindo-se ao fato do Leverkusen continuar disputando três campeonatos simultâneos. "Estamos na final e garantimos uma vaga em competição internacional para o próximo ano. Alcançamos assim uma de nossas metas", avaliou o técnico Toppmöller.

Ele, porém, não estava de todo satisfeito com sua equipe. "Nenhum de nós entrou de salto alto, mas houve negligência. A equipe quis fazer gols bonitos", acusou Toppmöller. Um dos destinatários da crítica foi certamente Zé Roberto, que, quando o placar ainda estava 2 a 1, tentou fazer um gol encobrindo o goleiro, em vez de cruzar para Kirsten que estava sozinho na marca do pênalti, diante de um gol vazio.

No Colônia, espera-se que a partida dê frutos ao menos no Campeonato Alemão. "A equipe jogou bravamente durante os 120 minutos. O moral está de volta. Espero que os jogadores tenham ganho maior autoconfiança. Se continuarem assim, ainda podemos vencer algumas partidas na Bundesliga", diz cauteloso o treinador Funkel, sem negar que apesar disso a tendência é seu time cair para a segunda divisão.